Classificar o Rio Grande do Sul como continente à parte no âmbito da literatura brasileira e americana não seria exagero. A cada ano novas gerações se apresentam aos leitores, estejam elas no próprio Estado ou espalhadas pelo grande mundo. Um nome que merece a atenção imediata é o de Morgana Kretzmann, de 42 anos, hoje radicada em São Paulo. Se alguém ainda não tem referências sobre sua obra, isso haverá de ser questão de pouco tempo.
Também atriz, produtora, dramaturga e roteirista, recém está em seu segundo romance publicado, mas ele chega por nada menos do que a Companhia das Letras, casa editorial de autores Prêmio Nobel. Sua primeira narrativa de ficção é Ao pó, de pronto o ganhador do Prêmio São Paulo de Literatura de 2021, um dos mais prestigiosos do País.
E seu novo romance é de uma atualidade e de um tom premonitório desconcertantes, o que só atesta a sua sensibilidade de artista e criadora. Água turva (272 p. R$ 79,90) passa-se no Rio Grande do Sul, no Parque Estadual do Turvo, na fronteira com a Argentina (aliás, Morgana é natural de Tenente Portela, município daquela área, o que evidencia o quanto gaúchos de todos os quadrantes estão contribuindo para a forte vitalidade da arte). No enredo, interesses econômicos e políticos se unem a fim de viabilizar uma hidrelétrica, que, no entanto, tende a desequilibrar todo o ecossistema regional. Em nome do objetivo, vale tudo, nem que meio mundo acabe arrasado. Não parece que já vimos isso em algum filme da vida real por aí?
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