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Santa Cruz do Sul

Uma família à espera de ajuda

Os buracos tapados com pedaços de madeira, as goteiras, o olhar triste e o desejo de mudança acompanham Vânia no dia a dia. Em dificuldades, a moradora do Bairro Bom Jesus vê a lista de desafios aumentar. 

Depois de deixar o trabalho como safreira para cuidar do marido, morto há dez meses, Vânia Maria Bastos precisou encontrar alternativas para sustentar cinco filhos. Aos 44 anos, ela garante sua renda com a venda de algodão- doce e a coleta de garrafas pet comercializadas para reciclagem. Mas nem sempre consegue sair às ruas, pois a saúde fragilizada sofre ainda mais nos dias de muito calor. Com o orçamento apertado e as despesas crescentes, Vânia ainda teve os repasses de R$ 266,00 do Bolsa Família suspensos em outubro passado, pois os filhos deixaram de frequentar a escola após a morte do pai. 

“Não fazia milagre, mas já ajudava. Eu tentava dizer para meus filhos irem à aula, pois é importante para o futuro. O dinheiro era justamente para o benefício deles também, mas não consegui convencê-los”, lamenta. A filha mais velha, Schaiane Bastos, 18 anos, ainda mora com a mãe e tenta ajudar. Há meses, a jovem diz que procura um emprego. “Já fomos no Sine várias vezes, mas está sempre lotado e nunca tem vaga”, relata.

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Enquanto a situação não melhora, a família conta com a solidariedade dos vizinhos e também recorre ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Bom Jesus, mantido pela Prefeitura. “Quando nós precisamos, vamos ali no Cras pegar comida, mas nem sempre dá. Já voltamos de lá com os potes vazios algumas vezes”, conta. Sem dinheiro, a comida é escassa também. “Tem dias que só tem arroz.”

Dona Vânia, com um sorriso no rosto, quase se desculpa por ter que pedir auxílio. “Eu não iria mentir. Se eu tivesse como sustentar minha família, não iria querer ajuda, mas realmente precisamos muito”. Seu desejo neste começo de ano, além de uma melhora nas condições de renda e trabalho, é a aquisição de materiais para reformar o chalé. “Por enquanto, eu precisava de mais madeira para poder arrumar um pouco a casa. Também queria um gás para poder cozinhar”.

Além dos cinco filhos que residem com ela, Vânia ainda é tia-avó e ajuda a cuidar do filho de um sobrinho, que ela considera como neto. Aos cinco meses, o bebê tem manifestado reações alérgicas constantes. “Na verdade, o que eu mais precisava agora era só um mosquiteiro para ele, que é alérgico”, diz preocupada.

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Visão comprometida prejudica dois jovens

O desejo é simples: caminhar pelas ruas, ler e escrever. Mas para Jacsuel Samuel Bastos, 16, e Taiane Monique Bastos, 17, atividades corriqueiras se tornam quase impossíveis. Com miopia diagnosticada nos primeiros anos de vida, os irmãos ainda sofrem com a sensibilidade nos olhos em dias de muita claridade.

A mãe conta que já levou os filhos a diversos médicos, inclusive em Porto Alegre e Novo Hamburgo. Alguns profissionais teriam recomendado cirurgia para correção da miopia, mas ela acredita que óculos com o grau adequado já ajudariam, pois os que eles usam hoje não estão mais em condições.

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Jacsuel é o que tem o nível mais grave da miopia, tanto que necessita de um caderno especial para poder escrever. Contando com linhas pretas grossas, fica mais fácil de o menino enxergar onde colocar o lápis, mas ainda precisa da ajuda de suas professoras para fazer anotações. Outro transtorno para ele são os ferimentos causados por quedas ou batidas enquanto tenta caminhar sozinho, seja dentro de casa ou na rua. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Bom Jesus, Clairton Ferreira, o Tim, conta que o garoto já não consegue mais jogar bola, seja basquete ou futebol. “Ele queria tanto poder jogar, mas não consegue porque tem que ficar olhando pro chão o tempo inteiro”, lamenta.

Auxílio

O auxílio que Jacsuel e Taiane recebiam para tratar a miopia era da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santuário, na qual estudavam. Quase todas as consultas médicas pelo SUS que os irmãos conseguiam eram marcadas pela escola. Os óculos de grau foram adquiridos mediante auxílio financeiro fornecido pelos professores e demais funcionários. Como os filhos não compareceram mais à aula, dona Vânia diz que não teve como continuar contando com esse apoio.

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Para colaborar

Comovido com a história, o presidente da Associação de Moradores do Bom Jesus, Clairton Ferreira, reforça os pedidos em nome da família de Vânia. Os interessados em colaborar podem entrar em contato pelo telefone 51 9767-0267.

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