A Rua dos Andradas nunca mais foi a mesma. Tampouco as pessoas ou a cidade de Santa Maria. Todos saíram transformados pela tragédia do dia 27 de janeiro de 2013, quando 242 jovens morreram e outros 636 ficaram feridos pelo incêndio na Boate Kiss.
Exatos três anos depois, a fachada preserva características da época do incêndio. O nome da boate, ainda que danificado pela ação do tempo, dá nome à espécie de altar ou ponto turístico ali criado. “Se tu ficares ali duas horas, vais ver gente batendo foto como se fosse o Cristo Redentor”, conta o advogado Marcelo Machado, cujos pais vivem em um prédio próximo da Kiss.
Viver perto da boate, aliás, virou circunstância de poucos. Não são muitos os que decidiram permanecer nos imóveis colados nas paredes da Kiss. As placas de aluga-se confirmam as ausências. A atmosfera pesada afastou antigos moradores e gerou a desvalorização dos prédios da área.
Difícil percorrer a Rua dos Andradas e não ser absorvido pela tristeza que o lugar emana. A impressão é de que a qualquer momento as paredes vão reproduzir, aos gritos, os pedidos de justiça nela estampados. Aos poucos, a sentença “242 assassinados” começa a perder a nitidez. Mas só acontece mesmo na entrada da Kiss. Na memória das pessoas, o número não se apaga.
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