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ESPECIAL MULHER

Uma confeiteira de mão cheia: “O segredo é o amor”

Foto: Arquivo Pessoal

Talento e muito açúcar estão em todas as receitas que fazem parte do caderninho de vida da sobradinhense Eliane Rosa de Moura, 50 anos. Com sorriso no rosto e confeiteira de mão cheia, o carisma e as habilidades na cozinha têm oportunizado a ela, há mais de três décadas, conquistar os clientes pelo paladar e criar laços de amizade pela simpatia.

Na sala de casa, onde fica exposto o quadro com a foto da filha Eduarda, 25 anos, está o seu maior orgulho e também refletida a sua principal companhia. Como mãe, Eliane sente-se realizada em ver que os esforços e incentivos vêm sendo percebidos através das conquistas, de ambas, com o passar dos anos.

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A Eliane dos doces, ou Eliane da Baixada, como costuma ser conhecida, carrega consigo resquícios da infância e, sobretudo, a paixão pela culinária, repassada pela mãe a ela e mais duas irmãs. Uma seguiu no ramo dos salgados e Eliane nos doces, como autodidata na produção que comercializa. “Minha mãe gostava muito de cozinhar, mas era mais na parte das massas. Eu também sempre gostei. Passo o dia vendo receitas e inventando coisas”, conta.

Nascida em uma família com doze filhos, Eliane recorda que desde cedo foi necessário contribuir com o lar. “Estudei até a quinta série. Não tínhamos uma vida difícil, nem uma vida ‘boa’. Precisávamos nos virar, pois a família era muito grande, com cada filho com uma diferença de dois anos de idade do outro. Bem complicado. Mas logo comecei a trabalhar, de babá, também como doméstica. Um irmão ajudava a cuidar do outro”, relembra.

Foi morando fora, em Campo Bom, que Eliane passou a produzir lanches para venda, comercializando em locais como fábricas e comércio. “Foi ali que começou minha trajetória na culinária. Acordava muito cedo, pois as fábricas começavam por volta das 5 horas da manhã. Então eu não tinha horário. Precisava deixar pronto à noite para naquele horário estar acordada”, menciona.

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Foi então que, tempos depois, retornando a Sobradinho, passou a auxiliar uma irmã na produção de salgados e doces. “Comecei com os doces tradicionais, como o brigadeiro. Nunca fiz curso. Ia olhando, fazendo, testando, e assim fui aprendendo, fazendo os doces decorados. Hoje já são 30 anos”, enfatiza.

Neste período todo, tantos são os clientes contabilizados, que Eliane já perdeu até a conta. Destes, vários continuam acompanhando o trabalho e realizando encomendas, marcando momentos especiais de suas vidas e também contribuindo com a da doceira. Destas três décadas, entre 2017 e 2021 necessitou ficar um período afastada devido a uma recuperação pós-cirurgia. E claro, nem é preciso dizer que sentiu saudade.

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“Me sinto realizada com o que faço. As pessoas me encontram e comentam que fiz parte dos 15 anos de alguém e hoje a pessoa já está com 30 anos. Também que meus doces estiveram no casamento ou em outros momentos especiais. Isso é muito gratificante. Há pessoas que muitas vezes fazem por obrigação, eu faço isso porque gosto. Apesar do trabalho vasto, sendo sozinha, quando chega ao fim do dia é uma sensação de dever cumprido, de realização”, reforça.

Diferente do colorido dos confeitos, a vida nem sempre costuma ser tão doce e os desafios surgem ao longo da caminhada. Segundo Eliane, sua vida, assim como a de muitas mulheres, foi marcada por lutas. “Temos que lutar por aquilo que queremos. Não dá para desistir. Há momentos complicados, em que se pensa em desistir, mas não podemos. É preciso continuar, se reinventar”, salienta a doceira, que estende seu reconhecimento a todas as mulheres. “Nós somos guerreiras. É assim que me sinto, uma guerreira. É preciso erguer a cabeça e tocar a vida. Somos fortes, aprendemos a ser, a nos virar”, frisa.

Quando questionada sobre o segredo que dá vida as suas receitas, a resposta foi enfática e rápida: “É o amor”. “Sempre que posso, ajudo os outros. Estou sempre pronta”, destaca. “Sou feliz com a família que tenho, com o que eu faço”, conclui.

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