No ápice da primavera, as imponentes tipuanas da Rua Marechal Floriano encantam. Não há como deixar de prestar atenção nas dezenas de árvores que formam o Túnel Verde, um dos principais cartões-postais de Santa Cruz do Sul – principalmente agora que elas estão floridas. Inspirado na Rua Uruguaiana, no Rio de Janeiro, o plantio das espécies no município ocorreu em 1942, já com o porte adulto. Nos dias de hoje, ainda que haja debate sobre a necessidade ou não de corte, o fato é que as opiniões são quase unânimes quando o assunto é a beleza que o arvoredo proporciona.
O desenvolvimento vistoso e denso das árvores atualmente tem a ver com o clima. Conforme o biólogo Nilmar Azevedo de Melo, o período quente e chuvoso de outubro para cá propiciou uma melhor floração às tipuanas. “O clima preferido para elas é calor e muita umidade, o que foi bastante registrado nos últimos meses”, diz Melo. De outubro a março, segundo ele, despontam inflorescências com numerosas flores alaranjadas e uma pequena mancha marrom na base, que lembram também as flores do pau-brasil, entre outras plantas da família das leguminosas.
Segundo a bióloga Luciane Mohr, responsável técnica do Projeto Túnel Verde, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass), junto com Isabel Kleinpaul, o tempo de duração da floração depende da temperatura, umidade do ar, chuvas, incidência de ventos, condições nutricionais e o fotoperíodo (duração do dia em relação à noite). Quando bem cuidada, a árvore já pode começar a produzir flores a partir do quinto ano. De maneira geral, segundo Luciane, a tipuana atrai insetos de várias espécies, os quais podem atuar como polinizadores. “As variáveis meteorológicas influenciam no período de duração das diversas fenofases, como floração, frutificação e tempo de permanência das folhas”, ressalta a bióloga.
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CHUVA E VENTO
Os frutos das tipuanas surgem na forma de vagem e podem se dispersar com o vento. A sombra da arborização urbana também alivia o calor para os pedestres e motoristas. Após florida, uma tipuana, que é uma espécie exótica originária do norte da Argentina e da Bolívia, pode ficar até 30 dias com flores, mas isso pode variar. “Em dias de chuva, como nesta sexta-feira, ou de vento, as flores podem cair em quase toda a sua totalidade”, explica Nilmar, doutorando em Tecnologia Ambiental na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e professor do curso técnico em Agropecuária do Centro de Ensino Superior Riograndense (Cesurg), de Rio Pardo.
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