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Uma arma eficaz contra a peste

Estamos no inverno. O frio, personagem tradicional, deu as caras em duas ocasiões com intensidade, mas parece não ter sido levado em consideração pelas autoridades ligadas à pandemia. Ao longo de quatro meses sofremos com isolamento, depressão e restrições jamais vistas nos últimos 60 anos no Rio Grande do Sul.

O Rio Grande do Sul foi o único Estado que fechou tudo por tanto tempo. O STF delegou a governadores e prefeitos total poder sobre os rumos da crise. Poucos conseguiram compatibilizar as características de suas comunidades com os cuidados de saúde/riscos de aumento da miséria – e, consequentemente, de mortes – pela falência de milhares de empresas de todos os portes.

Diversos veículos de comunicação estimularam a ideia do maniqueísmo como pano de fundo de seu noticiário: “quem pensa em economia ignora a vida, a saúde, o ser humano”. Ignoram que temos de sustentar nossas famílias e manter negócios que geram milhões de empregos e tributos empregados em saúde, educação e segurança. Não houve meio-termo, apenas radicalizações e condenações públicas.

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O tempo de reclusão imposta parece não ter servido para nos preparar para os rigores do frio. Em Porto Alegre, o prefeito, notório pelo temperamento que ignora a convergência e o diálogo, rejeitou a instalação de um hospital de campanha. Há dúvidas sobre os respiradores não adquiridos. Vários administradores vislumbraram na pandemia oportunidade para sair do ostracismo e brilhar na mídia. No início tiveram êxito, mas, sem vocação, sucumbiram e mostraram a face de sempre, permeada por arrogância e inépcia para construir coletivamente.

Desde março somos submetidos a experimentos em escala estadual, proporcional aos equívocos que dispensaram a busca de conhecimento onde a pandemia chegou antes. Raros gestores buscaram informação científica, desprovida de ideologia. “Quem pensa como eu, ok, vamos adotar. Do contrário, não quero sequer ouvir”, pensaram.

Estamos em agosto, sem qualquer perspectiva de mudança ou de medidas definitivas em segmento algum. Decisões são revogadas ao sabor do vento, critérios são alterados conforme o humor de quem detém poder. Toda essa situação nos faz reféns de aventureiros que sonharam a consagração com seus mandatos. Indefesos, a única arma que temos é o voto. Instrumento eficaz, certeiro e capaz de corrigir erros e confirmar acertos.

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Diante da urna eletrônica, mais do que nunca, é preciso seriedade, critério e reflexão.

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