A 35ª Oktoberfest já passou, mas a exposição para homenagear os 170 anos de imigração alemã em Santa Cruz do Sul, aberta no dia 7 de outubro pelo Museu do Colégio Mauá, no Centro, em frente à Praça da Prefeitura, continua nas tardes de terça a sexta-feira até 20 de dezembro, sob a coordenação da diretora Maria Luiza Schuster. Tornou-se mais uma marca importante da festa santa-cruzense de origem germânica, inserida no tema “História, Cultura e Tradição” adotado neste ano.
A mostra traz muitos objetos e documentos interessantes que percorrem o túnel dos primeiros tempos dos imigrantes na região, indo ao encontro de publicação que lançarei logo mais, em 19 de dezembro, dia da chegada dos primeiros colonizadores, com crônicas da colônia alemã. O museu, que merece ser mais visitado pelos próprios santa-cruzenses, expõe desde fotos de cinco dos 12 pioneiros da imigração até fragmento de vela de navio atingido por tempestade na sua longa e difícil viagem.
Aparecem baús onde eram guardados seus principais pertences, assim como utensílios diferenciados usados na época. Chamam atenção várias peças de ferro, como formas de waffel com receita fixada na tampa e de bolo com desenhos de folhas de carvalho, árvore símbolo da longevidade para os alemães, que inclusive teve novos pés plantados neste ano na cidade. Entre diversos modelos de ferros de passar, há aqueles que tinham “alma”, como se identificava peça aquecida que era introduzida no corpo oco do aparelho e não deixava cair nas roupas as cinzas dos modelos mais simples esquentados com carvão.
Publicidade
Destacam-se ainda vestido de noiva preto usado na época, sela feminina, novidade trazida pelos alemães ao solo gaúcho, livros didáticos em alemão, lousa de aula dobrável (à semelhança dos laptops de hoje), livros religiosos (incluindo um manuscrito trazido por imigrante em 1854) e até telha de 1867 com inscrição religiosa (Gott sei mit uns – Deus esteja conosco), revelando a grande confiança na proteção divina. Sucedem lembranças de sociedades típicas, da primeira Escola de Música local (fundada em 1889 pelo imigrante William Keber), e programa musical de baile antigo onde a moça anotava com quem dançava.
Muito pode ser visto, como telefone a manivela do Jornal Kolonie, de 1919, quando era um dos únicos sete aparelhos existentes, e exemplar dos primeiros celulares (tijolões) que entraram em 1994 e embora ainda recentes, já viraram peças de museu, pelas constantes trocas. Entre as curiosidades, surge um caneco de chope da 2ª Festa Nacional do Fumo (Fenaf), de 1972, que não foi utilizado, porque ao se imprimir o nome do evento foi acrescido “negrito”, que era apenas a indicação feita sobre a forma de destacar o escrito. Mas isso não impediu de se tomar muito chope, pelos anos e Oktoberfests que se sucederam.
Publicidade
This website uses cookies.