Elas são sinônimo de força, resistência e poder. E, por acreditarem que podem, se tornaram soberanas de Pantano Grande. Francine, Raíssa e Jeovanna são três mulheres negras que, agora, além de carregar a missão de serem porta-vozes do município, são representatividade pura e inspiração de que os sonhos podem sim, se tornar reais.

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“Nosso trio é uma vitória de todos”

Ser porta-voz de Pantano Grande foi um dos principais motivos que fez Jeovanna Miranda Santos se tornar uma das candidatas à corte. Além de reconhecer a importância do concurso, por dar visibilidade às mulheres, a ausência de figuras negras como soberanas do município historicamente impulsionou a jovem de 18 anos a se colocar de maneira acessível aos olhos da comunidade. E, ao ser a primeira anunciada do trio, a segunda princesa não conteve a emoção.

“Parece um sonho quando pensamos que a corte de Pantano é representada por mulheres negras, e que somos nós. O coração fica quentinho em pensar que nossos jovens vão ter três referências de empoderamento. A negritude é motivo de orgulho. É sobre ancestralidade, pertencimento e autoestima. Nosso trio é uma vitória de todos”, cita.

Apaixonada por atividades físicas e esporte, Jeovanna é colorada fanática. Atua como desenhista e modelo e, ainda, é ativista na luta antirracista e LGBTQIAPN+. E é tudo isso, aliado a comunicação, humildade e simpatia, que a estudante de Direito promete entregar como princesa. “Serão dois anos de um reinado representativo. Iremos mostrar que não há barreiras quando levamos o que há de melhor em nós para as outras pessoas”, conclui.

“Brilhar, não importa a cor da pele”

A certeza de ter vivido com intensidade a experiência do concurso já fazia com que Raissa Rodrigues Lopes, de 19 anos, estivesse com o sentimento de dever cumprido. Contudo, uma das melhores sensações foi ouvir o nome sendo anunciado como primeira princesa. “Essa conquista foi algo muito significativo. Ver minha família torcendo e cheia de orgulho quando fui chamada foi incrível”, relata a jovem, que atua como servidora pública.

Outro ponto que tornou a experiência de Raissa enriquecedora, é o fato de ter sido a primeira participação dela em concursos desse tipo. Apesar de fazer parte de diversas atividades e ser muito incentivada pelos pais, a dúvida sobre a hora certa ao se inscrever para a disputa de uma vaga na corte do município falava mais alto. “Sempre tive vontade de participar, mas tinha uma insegurança, se realmente aquele era o momento. Até que no último dia me inscrevi. E foram dias intensos de preparação. Como eu não era acostumada com passarelas, foi um grande desafio”, conta.

Determinada e forte, a estudante de Ciências Biológicas – que adora praticar esportes – expressa a alegria de compor o trio ao lado de duas mulheres empoderadas. “Nosso trio quer mostrar que todos temos oportunidades de brilhar, não importa origem ou cor de pele”, destaca.

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“Humildade, sinceridade, amor e sorrisos”

Por falar em brilho, o desejo de compor a corte sempre pulsou forte no coração e fazia brilhar os olhos de Francine Peixoto, de 21 anos. A jovem, que trabalha na empresa Comesul Beef e atua como modelo, já tinha a experiência de outros concursos – é a atual Beleza Verão RS –, mas decidiu participar neste ano devido ao amor pela cidade e pela comunidade de Pantano Grande.

Ela conta que a preparação foi intensa, principalmente por conciliar os estudos e o trabalho, mas todo o esforço foi coroado ao ser anunciada na noite do dia 26 de agosto. “A emoção tomou conta. Era algo que eu sonhava conquistar, mas nunca esperava ganhar como rainha, pois todas as meninas estavam muito bem preparadas”, afirma a jovem, que é passista da escola de samba Embaixadores do Ritmo, de Rio Pardo, e adepta de atividades físicas.

Agora, ao lado de Raissa e Jeovanna, de mãos dadas, Francine promete ser a rainha de um trio de mulheres negras que inspiram meninas a chegarem onde quiserem e que estará de braços abertos para receber as pessoas. “Essa conquista representa um grande passo, por ter a chance de mostrar o quão importante é ser rainha e deixar o meu nome na história de Pantano. O povo pode esperar de nós muita humildade, sinceridade, amor e sorrisos.”

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