A Rua Marechal Floriano, no centro de Santa Cruz, deu um colorido especial ao Vale do Rio Pardo, no domingo cinzento. Ela foi tomada por uma gente fina, elegante e sincera, disposta a buscar seus direitos, pacífica e, acima de tudo, feliz. Não faltaram talentos em dança, dublagem, canto e diferentes performances, que fizeram mais do que entreter, elevaram o tom da necessidade de que todas as pessoas sejam respeitadas como elas são.
Assim mesmo, sem mais nem menos. Cada um tem sua personalidade, seu potencial e a capacidade de agir e responder pelos seus atos. E está tudo certo, desde que, como cantou Raul Seixas, “faça o que tu queres, pois é tudo da lei, da lei”. Então, não há problema se alguém quiser tomar banho de chapéu, esperar Papai Noel ou discutir Carlos Gardel. A Sociedade Alternativa, que Raulzito cantou, é muito do que os participantes da 3ª Parada da Diversidade defenderam.
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Não faltaram brados de que a importância é o amor sincero, de abraços e beijos de carinho, de união e, muito importante, que todos se respeitem, sejam ou não identificados com os grupos que integram a diversidade. É como canta Lenine: “Foi para diferenciar que Deus criou a diferença, que irá nos aproximar, intuir o que ele pensa. Se cada ser é só um e cada um com sua crença, tudo é raro, nada é comum: diversidade é a sentença”.
Muitos podem pensar que é “mimimi”, que é exagero a realização de um movimento e de eventos que pedem respeito a esse grupo da sociedade. Dizer “esse grupo da sociedade” já é um absurdo, afinal, não são um “grupo da sociedade”, são, apenas, sociedade. Não importa com quem dormem, de quem são filhos, irmãos ou pais.
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Cássia Eller e sua voz com tom de roquidão deixaram isso bem claro em Eles: “Os meninos e as meninas, os meninos e os meninos, as meninas e as meninas. Eles só querem é amar e que os deixem em paz”. A comunidade LGBTQIA+ só não quer ser ofendida dentro e fora de casa, não quer ser expulsa pela família, não quer estampar as páginas policiais dos jornais, com mais mortes pelo simples fato de serem gays, lésbicas, travestis ou transexuais. Será que é pedir muito?
Refletindo, com base na religiosidade: se todos somos iguais, perante Deus, por que nos tratamos como diferentes? O que explica o Brasil ser um país tão lindo e diverso, tão cheio de etnias, de cores, de crenças, e liderar os números no mundo em mortes de LGBTQIA+? Não faltam questionamentos, como o de Renato Russo, na Legião Urbana: “Que país é esse?”. A verdade que é um país que não pode calar-se e deve repetir, como mantra, todos os dias: todos merecem respeito.
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