Aos 87 anos, o professor, ensaísta e escritor mineiro Silviano Santiago é um dos mestres absolutos dos estudos literários na atualidade no Brasil. Mais do que a sua atuação em salas de aula, contribuindo para a formação intelectual de sucessivas gerações, ele testemunhou de perto a evolução do ambiente da literatura brasileira e mundial desde meados do século 20.
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Parcela do que via (e, naturalmente, lia, à profusão) ele compartilhava em livros hoje de leitura indispensável, como Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural, lançado em 1978 e que atualmente está disponível em uma edição recente, da Cepe, de Recife (PE). Se o ensaísta demonstrava alta erudição, em paralelo foi conformando uma sólida obra autoral na ficção. O romance Em liberdade, centrado na biografia do escritor Graciliano Ramos, é um marco.
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E, desde 2014, com Mil rosas roubadas, inaugurara uma sequência de romances com um tom mais autobiográfico, de depoimento. Essa proposta teve sequência com os magistrais Machado, de 2016, sobre o autor de Dom Casmurro, e Menino sem passado (1936-1948), declaradamente voltado a sua própria trajetória. A esses belos livros agora se une um novo conjunto de ensaios, Grafias de vida – a morte, que a Companhia das Letras acaba de colocar em pré-venda, devendo chegar às livrarias no início de dezembro. Ali atualiza, de certo modo, seu olhar crítico ou afetuoso sobre a literatura em geral.
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