A foto acima proporciona, em dias de temperatura escaldante e inquietação em torno do Túnel Verde, olhar sobre um tempo no qual o centro de Santa Cruz do Sul era despido de verde. Na época, certamente, o debate sobre ter calçadas e ruas sem sombra já devia estar na ordem do dia, pois foi a partir desse momento que o investimento em arborização foi feito. É a atual Rua Marechal Floriano, vista a partir do norte, no ponto em que cruza com a 28 de Setembro.
Esse cruzamento situa-se hoje já no espaço da alameda de tipuanas, que, como se pode ver, não existiam na época em que foi tirada a foto. E é justamente o ponto no qual quatro árvores receberam cortes preventivos de galhos depois de terem tombado, em meio às obras de revitalização. À esquerda está o prédio da primeira Câmara, e o nome da via, 28 de Setembro, remete à data da emancipação, em 1878. É um local de significado histórico.
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Na foto de época, as calçadas aparecem nuas, expostas, com singelos arbustos, que nem ofereciam sombra. Ao fundo, as torres da Catedral, que ficou pronta em 1936. A alameda de tipuanas só seria implantada a partir da década de 1940, e teve no fundador da Gazeta do Sul, jornalista Francisco José Frantz, um grande entusiasta.
Assim, a imagem é emblemática. Em lugar do vazio do passado, temos hoje um dos mais exuberantes cartões-postais em realidade de Brasil, legado por zelosas gerações. O que há de turístico na via, o que atrai, é o Túnel Verde, porque, afora isso, como advertiu um leitor, é um centro urbano como outro qualquer. “Tirando as tipuanas, seria uma rua bem comum, sem maiores atrativos. O charme e a beleza, o patrimônio indiscutível de Santa Cruz, que ninguém mais tem, está no Túnel Verde, e que outra cidade só pode ter dentro de uns 70 ou 80 anos. Isso se plantar e cuidar”, frisou.
Na arborização do Centro, no passado, adotou-se espécie longeva, resistente e resiliente, que se encontra em plena vitalidade, e não em fim de ciclo. Como qualquer ser vivo, as tipuanas só requerem manutenção e cuidados da população. Na foto, tem-se uma Santa Cruz parada no tempo. A Santa Cruz de hoje exibe-se ao mundo com uma riqueza rara, que só ela tem: um Túnel Verde. Que bom que a paisagem árida da foto é passado, e tomara que nunca venha a ser o futuro. No caos do aquecimento global, Santa Cruz quer eliminar a solução, para se criar um grande problema? Bom fim de semana.
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