Romar Beling

Um final de ano de indagações

Eis que chegamos ao Natal, nesse primeiro de dois finais de semana estendidos, com o feriado na segunda-feira, e que nos conduzem, em meio a momentos de confraternização em família e entre amigos, para um novo ano. Este 2023 que agora finda exigiu da sociedade muita resiliência, diante dos enormes e inúmeros estragos registrados por conta das recentes enxurradas.

Naturalmente, nada se compara aos transtornos verificados no Vale do Taquari e na região de Mariante, em Venâncio Aires, onde a elevação das águas do Rio Taquari afetou duramente a vida de centenas de famílias. Mas os efeitos puderam ser sentidos, em maior ou menor grau, em todas as localidades.

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E isso que viemos de nada menos do que três verões seguidos com estiagem, com prejuízos nas safras e dificuldades no abastecimento de água para as comunidades. Este próprio 2023 em seus primeiros meses requereu imensos esforços em função da seca. Quando finalmente o La Niña arrefeceu, o El Niño, fenômeno oposto, com o aquecimento das águas do Pacífico, causa praticamente tantos contratempos, com o excesso de chuvas, como havia ocorrido nos anos anteriores.

A partir desse cenário, a indagação que fica, num olhar para o futuro, é: até que ponto essa se tornará a rotina, numa alternância, a cada verão, entre estiagens e enxurradas? Quando haveremos de voltar a vivenciar um verão digno de ser chamado de normal? E, para que isso ocorra, quais serão as ações que da sociedade se espera?

Certamente, a instabilidade climática não ocorre por acaso, e muito menos se intensifica com naturalidade. O desequilíbrio ambiental, a crescente dificuldade de controle sobre o ritmo da produção agrícola e pecuária, o esgotamento na disponibilidade de recursos naturais (água, ar puro, solo fértil, cobertura de vegetação que preserve o ecossistema como um todo, temperatura suportável) e os efeitos disso tudo sobre o organismo de seres vivos são pautas que precisam ser colocadas na ordem do dia em todas as localidades, em todas as entidades, para todas as gerações.

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Assim, agora, quando chegamos ao Natal, certamente o que precisa ser mudado para melhor (e com urgência) na agenda individual e coletiva não adianta apresentar como sugestão de presente para o Papai Noel. Sobre isso e quanto a isso, ele muito pouco tem a fazer (na verdade, nada tem a fazer).

No próximo final de semana, quando adentraremos 2024, deveremos chegar a esse novo ano imbuídos da determinação e do comprometimento de nos posicionar, individualmente, e de lutar, coletivamente, para que o próximo verão seja diferente: se não for diferente em termos de influência do El Niño ou do La Niña, algo que já fugiu ao nosso controle, que seja diferente em termos de atitude ética, de maturidade no enfrentamento dos problemas incontornáveis.

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Diante de tudo, e acima de tudo, que este seja um Feliz Natal, com muita paz em todos os ambientes.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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