Houve novo desdobramento em um caso que, revelado pela Gazeta do Sul, repercutiu na imprensa nacional: o das listas publicadas em grupos de aplicativos de mensagens que causaram constrangimentos entre moradores de Candelária. Identificado pela Polícia Civil, um homem que seria um dos principais propagadores da lista chamada de “pegadores de travecos” procurou uma das vítimas – o empresário Márcio Aurélio Bataioli, que teve seu nome incluído na relação divulgada – e pediu-lhe desculpas.
“A vítima foi ouvida, nos trouxe o nome desse senhor que foi responsável pela maior parte dos compartilhamentos e confirmou também que foi procurada por ele, que pediu desculpas pela situação”, relatou a delegada Alessandra Xavier de Siqueira, responsável pela Delegacia de Polícia de Candelária. “Temos um cartório de mediação instalado na delegacia e achei bem pertinente ofertar à vítima a utilização, colocando um policial como facilitador da tentativa de pacificação desse conflito. Vamos conversar com o homem que fez a propagação e ver se aceita participar de uma audiência e celebrar um acordo entre as partes”, comentou.
A proposta de acordo seria feita para evitar que o caso chegasse ao Poder Judiciário. A vítima, em tese, abriria mão dos direitos de processar esse autor, tanto civil como criminalmente. “Também sugeri para o autor fazer uma retratação pública do pedido de desculpas. Já que ele foi se retratar individualmente para a vítima, é uma opção usar os veículos de comunicação para expor suas desculpas”, complementou a delegada responsável pelo caso.
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Outros dois casos foram registrados
As listas, com dezenas de nomes, começaram a ser compartilhadas há duas semanas. Desde então, já surgiram relações de “chatos”, “velhacos”, “cornos” e de pessoas tidas como supostas usuárias de drogas, além dos “pegadores de travecos”, na qual Bataioli foi incluído.
Segundo Alessandra Xavier de Siqueira, mais dois registros de ocorrência chegaram ao conhecimento da Polícia Civil, nesta quarta-feira, 27, tendo homens como vítimas – um na mesma lista onde apareceu o nome de Bataioli e outro na relação de supostos usuários de drogas.
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O empresário vítima do caso já em andamento teria feito um pedido especial para a delegada: que as investigações não cessassem, para que outros suspeitos de propagação e também de criação das listas sejam identificados. “São listagens editáveis, em que qualquer pessoa pode incluir um nome. Por isso, para chegar em quem criou as listas, nós o faremos mediante pedido judicial, em ofício ao Facebook, detentor dos direitos do WhatsApp”, explicou a delegada.
Sobre outros suspeitos de grande propagação das listagens, a delegada é categórica: “Chamaremos um a um”. Ela admite que a rotina na cidade mudou ao longo da semana. Foram várias as entrevistas para veículos de comunicação do Estado e País sobre o fato inusitado.
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E nos comentários em mesas de bar e nos encontros entre vizinhos, as famosas listas são o principal assunto. “Eu convido as pessoas que estavam tão empenhadas em criar essas listas para vir capinar mato no pátio da delegacia, pois estamos precisando de mão de obra”, brincou a responsável pela investigação.
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