Começo repetindo que sou natural de Santa Cruz. Poucos me conhecem porque saí aos 17 anos para fazer minha vida. Mas sempre voltei para visitar meus pais e parentes. É claro que acabei perdendo um contato mais estreito com minha terra. Tanto isso é verdade que não consigo andar dentro da cidade sem o GPS. Meus pais faleceram, minha irmã Lia mora há anos em Porto Alegre, minha querida irmã Cleonice faleceu. Tenho meus estimados sobrinhos e parentes, mas as visitas rarearam.
Quero só recordar que aos 22 anos, ainda na faculdade de direito da Ufrgs, passei no concurso para delegado de polícia (na época isso era possível). Me exonerei para advogar, passei no concurso para juiz de direito, percorri toda a carreira.
Trabalhei em inúmeras comarcas, conheci quase todo o Estado. Presidi dezenas de júris, comandei em vários lugares a Justiça Eleitoral.
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Dito isso, voltei a publicar crônicas na Gazeta, por convite do meu amigo de infância André Jungblut. Claro que já havia atuado no Pampa Debates e publicado artigos em Zero Hora.
Onde quero chegar? Quero dizer que a maioria dos habitantes de Santa Cruz são ufanos, mas nem todos aquilatam a exceção que é sua terra. Ela é uma verdadeira ilha.
Já mediei muitos debates eleitorais em outras plagas.
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A Gazeta Grupo de Comunicações realizou um debate entre os candidatos a vice-prefeito e me convidou para exercer a tarefa de decidir sobre os pedidos de resposta. Relutei um pouco, mas como gosto muito dos que tocam a Rádio Gazeta e o próprio jornal, concordei. Claro que me preparei para tudo e para todos, afinal eram sete concorrentes.
Vocês não aquilatam minha surpresa! Iniciaram-se os trabalhos e tudo começou numa finesse que não tinha visto ainda. Muita cortesia, obediência ao tempo, muito bons argumentos.
Não calculava que fosse tão alto o nível desses candidatos.
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Claro que alguns elevaram o tom: mas debate é para isso. A eloquência é melhor do que um discurso morno e insípido.
Houve dois pedidos de resposta que indeferi, porque não havia nenhuma ofensa ou exagero.
Quero dizer que me encantei com todos os candidatos, sem exceção. Adorei o sotaque de uns, a erudição de outros, a simplicidade de um senhor de idade, a combatividade de uma jovem e articulada senhora.
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O próximo debate deverá ser nesses moldes, espera-se.
Também quero louvar o capricho do condutor do evento e de seus auxiliares. Eu, que já fui radialista, quero dizer que a Rádio Gazeta tem profissionais que não perdem para ninguém.
Que Santa Cruz escolha seus novos governantes em clima de paz e harmonia!
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