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Um brasileiro a cavalo por toda a América

Setembro é um mês em que os adeptos do tradicionalismo gaúcho costumam se dedicar com ainda mais empenho a atividades como cavalgadas, rememorando feitos do passado dessa região que foram protagonizados sobre a sela de um cavalo. Por isso, certamente não mereceria pouca atenção, em todo o Estado, um outro feito, mais recente, protagonizado por um paulista. O jornalista Filipe Masetti Leite, 33 anos, também percorreu longas distâncias a cavalo. Longas mesmo. Mais exatamente… 25 mil quilômetros.

Filipe decidiu levar muito a sério um projeto pessoal, e cruzou as Américas de Norte a Sul, do Alasca à Terra do Fogo. Há cerca de três semanas, em meados de agosto, ele contou a sua história e detalhou sua jornada por telefone ao jornalista Leandro Porto, no programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9. Na oportunidade, conversou com Porto a partir de Toronto, no Canadá, onde estava simplesmente “ilhado” em virtude da pandemia. Teve de aguardar por lá uma vez que não havia mais voo disponível para o Brasil, por causa das restrições de mobilização em virtude da Covid-19. E sua estada no Canadá tinha a ver justamente com a última jornada de seu projeto.

Natural de Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, cidade de 45 mil habitantes a quase 200 quilômetros da capital paulista, Filipe referiu que a lida com cavalos é uma paixão de infância. Cresceu sobre a sela de um cavalo, na companhia do pai. Quando ele tinha 9 anos, seus pais se mudaram para o Canadá, e essa circunstância expandiu a sua percepção do mundo.

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O projeto de uma cavalgada unindo essas duas realidades começou a tomar forma. E, mesmo sem os recursos para isso, idealizou seus planos em etapas: a primeira foi cumprida de Calgary, no Canadá, até Barretos, em São Paulo, num to tal de 16 mil quilômetros, chegando ao destino em plena Festa do Peão nessa cidade. Como ele se determinou a fazer todos os registros possíveis, por escrito, em fotos e vídeos, essa aventura foi detalhada no livro Cavaleiro das Américas, lançado em 2017 pela HarperCollins, bestseller tanto na edição em inglês quanto na em português.

A segunda etapa de seu projeto envolveu a cavalgada de Barretos a Ushuaia, no extremo sul da Argentina, em cerca de 7,5 mil quilômetros, cruzando, naturalmente, o Rio Grande do Sul, que ele diz admirar muito. Por fim, para concluir seu plano, o terceiro e último trecho foi finalizado em plena pandemia, de Fairbanks, no Alasca, a Calgary, no Canadá, em mais 3,5 mil quilômetros. Como a Covid-19 já era ameaça por lá, ele teve de mudar o roteiro mantendo-se afastado de cidades, casas, residências, atravessando áreas inóspitas, selvagens, inclusive na companhia de ursos. Nos trajetos das três etapas, passou de áreas de temperatura de calor intenso, de 45 graus, a outras muito frias, com 15 graus abaixo de zero.

A aventura chamou de tal forma a atenção que, além do livro (um segundo título está por chegar às livrarias até o final do ano), um reality show será produzido com base nas imagens que captou no percurso. E sua jornada renderá um enredo para o cinema, com ninguém menos do que Brad Pitt cotado para vivenciar o papel de Filipe. É realmente um feito digno de uma façanha épica farroupilha, para ser lembrada neste setembro. E, como ele próprio refere, parece que tudo isso já havia sido traçado pelo destino: Filipe, seu nome, em grego, significa “amigo dos cavalos”, ou “aquele que ama os cavalos”, termo latinizado para Philippus. Tudo está sempre em seu lugar.

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Confira o áudio da entrevista de Filipe Masetti Leite ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9:


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