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Um autodidata em traços

Com 18 anos, David Priebe ainda não conhece muito sobre a vida; Não pela experiência, mas pela subjetividade; Sua expressão, carregada por encantamentos juvenis, no entanto, mostra um adolescente que nem de longe imita o esperado para a idade. Atitudes, quiçá, podem ser realmente de um “menino grande”, mas com lápis e papel ele demonstra o que sabe, seja pelo que viu ou pelos sonhos que teve. Não precisou de curso. Não precisou de ajuda. Não precisou de aulas. Não é um desenhista profissional. Conta, por enquanto, com sua extrema capacidade de tornar palpável o que é apenas imaginário.  E há algo melhor para quem deseja retratar o que existe ou o que é criado pela mente? 

As técnicas, conceitos e formas de desenhar o ibaramense já têm impregnadas na pele, assim como as coisas que desenha. Quando a comunicação verbal falha, o desenho entra em cena.

Priebe resume tudo aquilo que vê, ou sonha, nas linhas que rabisca no papel. “Eu comecei a desenhar com 11 anos. Sentia um peso nas mãos e precisava extravasar isso de alguma forma, então foi no desenho que obtive um certo alívio”, destaca. No começo, conta David, os desenhos não eram bons. “Eram rascunhos de alguém que fazia por fazer”, explica.

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A mãe de David foi uma grande incentivadora. Guardou todos os desenhos que o filho produziu, até mesmo aqueles que ele próprio julga ruins. Estão guardados, numa pasta, a fim de acompanhar a evolução das técnicas de David. Sobre conceitos e técnicas, David diz que gosta de desenhar expressões faciais ao estilo clássico. “Gosto de desenhar imaginando que aquilo realmente aconteceu, mesmo se for apenas um sonho meu”, diz. David também é um admirador da história, cinema e todas as formas de arte. Se diz encantado com a Idade Medieval e com aspectos das grandes Guerras Mundiais.

 

Futuro

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Fascinadas com a perfeição dos traços de David, muitas pessoas já encomendam desenhos de seu retratos. “Elas me dão suas fotos, e eu as desenho”, comenta. O que era apenas um hobby, passou a ser um incremento na renda de David, que também é um dos entregadores do Jornal Gazeta da Serra, no município. Quanto ao futuro, Priebe já começa a arquitetá-lo. “Vou começar um técnico em administração, mas não descarto a possibilidade de cursar alguma coisa na área de artes mais tarde. Gosto muito de cinema. Acho que seria um bom diretor”, fala entusiasmado.  Após a conclusão de um desenho, David fica o observando por algum tempo, como se conversassem. “Esse processo também serve para que eu possa identificar algumas mensagens subliminares que surgem nos meus desenhos”, explica. Ou seja, obra e artista travam um diálogo que só pode ser entendido por quem sabe que nem tudo pode ser visto, mas enxergado com a alma. O garoto também pensa em expor seu trabalho, pois “seria interessante que outras pessoas os conhecessem mais de perto”, ressalta. Outros desenhos podem ser vistos em seu perfil, na rede social Facebook. David também aceita pedidos de retratos.

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