Um sentimento de angústia e decepção. É o que dizem os familiares de Andrei dos Santos Soares, de 18 anos, e Henrique Nunes Machado, de 20. Neste domingo, completa-se um ano do desaparecimento dos dois jovens, que são de Sobradinho e não dão mais notícias desde a madrugada de 27 de agosto do ano passado, após um baile no Ginásio Bonitão, em Lagoa Bonita do Sul, do qual participaram.
A Gazeta do Sul conversou com as duas famílias. A mãe de Andrei, Roseli dos Santos Soares, de 35 anos, relatou a aflição que é não obter informações sobre o seu filho. “É bem complicado. A gente fica decepcionada, porque até agora não tivemos prisões, nem respostas sobre o porquê, nem os corpos dos nossos meninos. Nada vai trazer eles de volta. Se a gente tivesse encontrado, nem que fosse um pedaço de osso, comprovaria alguma coisa”, disse ela.
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Segundo Roseli, houve uma ação policial há alguns meses na região Norte do Estado, após uma denúncia de que os jovens poderiam estar lá. Mas as buscas não foram exitosas. “Eu não acredito mais que eles estejam vivos”, enfatizou a mulher. Os boatos, segundo o que a mãe de Andrei ouviu, são terríveis. Teriam assassinado os dois e utilizado soda cáustica e fogo para desintegrar os corpos.
O principal suspeito, apontado pela polícia como responsável pelo sumiço dos jovens, é um homem que comanda o tráfico de drogas no município de Salto do Jacuí. Ele está foragido do sistema prisional desde a época do desaparecimento. Possui longa ficha na polícia, por crimes como homicídio, tráfico de drogas e roubo. Embora seja de Salto do Jacuí, os pais desse suspeito compraram propriedades e fixaram residência em Lagoa Bonita do Sul, onde ocorreu o baile.
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Suspeito foragido teria sido visto semana passada
Além de Andrei e Henrique, mais três rapazes estavam no carro que saiu de Sobradinho e foi até o baile em Lagoa Bonita do Sul no dia do desaparecimento. Pelo menos duas das três pessoas que acompanhavam os desaparecidos são vinculadas ao tráfico de entorpecentes. Uma informação obtida pela familiar de Andrei indica que após uma desavença no baile, o suposto responsável pelo desaparecimento, junto de comparsas, teria assassinado Andrei e Henrique em virtude dos outros jovens, que estavam com eles, terem fugido.
“Teria feito para servir de exemplo para os outros. Esse mesmo autor teria afirmado que tinha matado eles e nunca ia dizer onde estavam os corpos”, disse a mãe. Conforme Roseli, embora foragido, o suspeito continua passando por lugares conhecidos na região Centro-Serra e perambula com muita frequência por vários pontos, principalmente próximo à casa dos pais, em Lagoa Bonita do Sul.
“Esse homem foi visto, e frequenta muitos lugares. Cruzamos lado a lado com ele, em Lagoa Bonita. Na semana passada, inclusive chegamos a visualizá-lo. Foi quando informamos a polícia, mas ninguém foi averiguar nada”, enfatizou a mãe.
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Prima de Henrique Nunes Machado, Lorenilda Soares da Rocha, de 29 anos, morava com o jovem. Ela mantém a fé de encontrá-los com vida. “Temos esperança de que eles possam ser encontrados, mas o sentimento é de tristeza, agonia. Esse desaparecimento deixou nossa família dilacerada”, limitou-se a dizer.
“Foram exauridas todas as diligências cabíveis”, diz delegada
A investigação do caso permanece em aberto. Responsável pela apuração, a delegada Graciela Foresti Chagas salienta que todos os esforços possíveis para encontrar os dois meninos e identificar indícios e circunstâncias do crime foram feitos. “O inquérito policial foi instaurado e cumpriu dezenas de diligências, como mandados de busca com apoio aéreo e buscas em barragens com apoio de bombeiros”, salientou a titular da Delegacia de Polícia de Sobradinho.
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Ainda segundo ela, houve quebras de sigilos telefônicos e de dados, busca e apreensão de veículos com exame de DNA, dezenas de depoimentos e busca de imagens do local na noite do fato. “Foram exauridas todas as diligências cabíveis, e não foram obtidas respostas acerca do paradeiro deles. Um dos principais suspeitos seria um indivíduo envolvido com facção em Salto do Jacuí. Esse suspeito está foragido do sistema prisional há muito tempo”, complementou a delegada.
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