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Um ano após enchente histórica, Vila Mariante ainda aguarda reparos e melhorias

Há exatamente um ano, moradores de Venâncio Aires, principalmente de Vila Mariante, no segundo distrito, vivenciavam a maior cheia do Rio Taquari dos últimos 60 anos na região. Foram cerca de 80 pessoas retiradas de suas residências, 40 pontos demarcados para receberem manutenção, milhares de itens doados e em torno de 500 famílias atendidas com kits de material de limpeza, cestas básicas, roupas, colchões e cobertores.

A enchente registrada em 8 de julho de 2020, quando a medição do Rio Taquari chegou a 27,30 metros, é considerada a maior do rio desde 1956. Diversos municípios foram atingidos, principalmente na região do Vale do Taquari, como Estrela, Lajeado, Arroio do Meio e Colinas. Entretanto, a área atingida ainda necessita de reparos e, principalmente, de ações preventivas para evitar danos maiores nas próximas elevações do nível do Taquari.

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Segundo o coordenador da Defesa Civil de Venâncio Aires, Jair Garcia, a rotina voltou à normalidade em Mariante. “A região está acostumada com sinistros desse tipo. Claro, não com enchentes daquele porte, que há décadas não eram registradas. Mas o pessoal se recuperou, voltaram à rotina, recuperaram cercas, alguns galpões e casas. Foram recebidas muitas doações de várias partes”, observa.

Garcia comenta também que a situação do rio é monitorada em dois pontos, na Vila Mariante e no porto do município de Estrela, no Vale do Taquari. “Conforme a elevação em Estrela, em cinco a seis horas ocorre a elevação também aqui na localidade.”

Prefeitura planeja manutenção e prevenção

Um levantamento divulgado pela Prefeitura de Venâncio Aires no ano passado indica que 40 pontos foram demarcados por técnicos. O relatório definiu que seria necessária a recolocação de material em estradas, travessas e acessos, e a reconstrução de canaletas, bueiros, calçadas e ruas. Segundo a assessoria de imprensa da administração municipal, o atual prefeito, empossado neste ano, Jarbas da Rosa, pediu para os técnicos desengavetarem o trabalho e apresentá-lo à Defesa Civil.

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Além disso, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), os pontos que precisavam de recolocação de materiais já foram recuperados, porém, os que exigem maior investimento ainda aguardam a melhoria. Ainda conforme o Município, está sendo trabalhada a atualização desse levantamento para também se realizar um trabalho preventivo em Vila Mariante.

“Desde que assumimos a administração Municipal, em janeiro, determinamos que a nova Defesa Civil fizesse um levantamento com relação ao impacto sofrido na última enchente. Foram realizadas ações, principalmente com recuperação de estradas, bueiros e acesso a propriedades. A partir disso, com diagnóstico da situação, determinamos que fosse feito um planejamento juntamente com a Sisp e a Secretaria de Desenvolvimento Rural para que a gente possa trabalhar a médio e longo prazo na região de Mariante”, esclarece o prefeito Jarbas.

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O chefe do Executivo de Venâncio reitera que a grande necessidade, atualmente, é realizar levantamentos em comunidades do interior e também em grandes propriedades que necessitam ter um local para deixar animais e máquinas no momento da elevação do nível do rio. “É o planejamento que estamos fazendo e que vamos implantar nos próximos meses. Sabemos que necessita de grande quantidade de levantes, mas temos que iniciar, visto que nos últimos anos nenhum trabalho preventivo com relação a isso foi feito nessas comunidades ribeirinhas”, completa.

Em 2020, pessoas precisaram ser retiradas de barco das suas casas em Vila Mariante

Prejuízos na agricultura passaram de R$ 800 mil

Técnicos do escritório local da Emater/Ascar-RS apontaram, em julho do ano passado, que os prejuízos na agricultura ultrapassam os R$ 800 mil. As perdas de maior expressão foram em bovinos, que totalizam 39 cabeças em valor de R$ 107 mil, 650 cabeças de aves/suínos, com total de R$ 21,1 mil, 154 hectares de solo pronto para plantio de tabaco, com prejuízo de R$ 76 mil, e 30 hectares de milho verde, totalizando R$ 243 mil em perdas financeiras. As análises englobam áreas rurais do 2º Distrito e localidades atingidas no 9º Distrito.

Uma das famílias atingidas no ano passado foi a de Marcia Silva, que trabalha com produção rural. Na maior enchente vivenciada por ela, Marcia perdeu muita coisa, inclusive todas as mudas de tabaco. O gado ficou sem alimentação.

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“Quem tinha plantação ficou sem nada. As estradas ficaram, algumas, para arrumar. Açudes que iam limpar para ter água no verão, terão que fazer agora. Foi uma situação horrível, muito triste, ficamos sem as plantações de aipim, batata doce, feijão e verduras, Morreu muito gado, além de porco e galinha. Foi pavoroso”, relembra. Ela ressalta que, após um ano, não foi possível recuperar o prejuízo.

Na foto de fevereiro deste ano, agricultora Marcia trabalha para se recuperar do prejuízo

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