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Um anjo de Segredo em busca da vida

Segurar a pequena Giovana Pappa Buche no colo é mais do que um aprendizado. É a esperança que se renova num toque aveludado de pele infantil. Olhar para essa criança, de apenas um ano e pouco mais de um mês, é vislumbrar o desejo que Deus dê uma vida bem mais longa à menina segredense. Sentir seu cheio e ouvir sua voz, com as palavras ainda enroladas, é tão bom que não dá vontade de deixar de estar a seu lado. Ela é especial. “Um anjo”, dizem os pais, os comerciantes Gisele Pappa Buche  e Ivan Buche. Até seu cabelo encaracolado e loirinho a aproxima dessa condição.  Mas é, talvez, só aparência.  É um bebê, mas sua alma é forte. Bem mais do que as de alguns adultos por aí.

Giovana tem um tumor no tronco encefálico, que foi diagnosticado às custas de muita “investigação” da mãe, que achava a cabeça da menina muito “grande” para sua idade. A segunda filha do casal de segredenses, que já possui uma de 5 anos, tinha menos de um ano quando começou a apresentar sintomas como choro e inapetência (falta de fome). “Ela não dormia à noite e com um mês já não mamava mais no peito. A princípio a família, e alguns médicos, disseram que eu estava louca, pois a Giovana estava muito bem. Eu sempre achei ela estranha, então fui em busca de respostas”, diz a mãe. Até o mês de novembro de 2014, a menina não havia sido diagnosticada. “Fomos então para Candelária, na pediatra de lá. Quando chegamos, ela disse que via dois zumbis, pois a Giovana não dormia. A princípio, controlou o sono e a alimentação dela. Solicitou uma ecografia. No exame aparece um cisto e ela nos encaminhou para um neurologista de Santa Cruz do Sul”, afirma.

Luta

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Nos dias seguintes, às 7h30 da manhã, a mãe já esperava a consulta com o especialista Cristiano Freire na porta do consultório. “A secretária disse que não sabia se ele teria tempo, que era para eu esperar. Às 14 horas, eu consegui falar com ele e deixei os exames. Depois ele nos ligou e pediu uma ressonância. Neste exame se constatou um tumor no tronco cerebral, de crescimento lento (baixo grau), maligno, com aproximadamente 6 centímetros. Logo ele nos encaminhou para um neurocirurgião, pois a menina corria risco de morrer a qualquer momento. Minha vizinha me indicou o neurocirurgião Vinícius Pedroso, de Cachoeira do Sul. Não tínhamos planos de saúde, mas a Secretaria de Saúde nos ajudou e  continua a nos ajudar. Internamos ela em 25 de fevereiro e a cirurgia ocorreu em 5 de março. Na hora, viram que não poderiam retirar o tumor, e interromperam a cirurgia”, salienta Gisele. 

A doença está estabilizada, pois a menina faz duas aplicações por semana de quimioterapia. Embora os pais sejam comerciantes, precisam de ajuda para manterem o tratamento da menina, que “graças a Deus”, de acordo com a mãe, é pelo SUS. “O problema são as viagens, toda a semana, em busca da salvação dela”, afirma.

Com doações da comunidade, realizaram uma rifa, elaboraram camisetas e sentem-se felizes com a benevolência da população. “Não temos palavras para agradecer. Só queremos ela viva, por muito mais tempo, perto da gente. É  uma situação que não desejo a ninguém no mundo. Ainda teremos mais uns dois anos de tratamento”, comenta. “Meu conselho às mães é que nunca fiquem somente com o diagnóstico de um médico apenas. Não é fácil, mas a gente precisa entender que nossos filhos não têm como se defender”.

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Ajude

Quem deseja ajudar no tratamento de Giovana pode depositar, qualquer valor, na agência 0403 – conta 300780 – Sicredi. Ou, então, compre camisetas e rifas, as quais estão disponíveis pelos telefones: ( 51) 98096212 ou (51) 99377905.

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