A prevalência da infecção por coronavírus ultrapassou o percentual de 1% da população, pela primeira vez, no Rio Grande do Sul, de acordo com o mais recente levantamento do estudo Epicovid19-RS. O resultado da sétima etapa foi divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo governo do Estado e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em transmissão ao vivo pelas redes sociais.
A nova etapa estima que a proporção de pessoas com anticorpos para a Covid-19 é de 1,22% no Estado (de 0,92% a 1,59%, pela margem de erro), o que corresponde a um total de 139.055 pessoas (que pode variar de 104.902 a 180.665) que estão ou já foram infectadas pelo vírus na população gaúcha. A relação é de um caso de infecção por coronavírus a cada 82 pessoas no Rio Grande do Sul.
“Essas informações são muito importantes porque indicam que temos uma redução da chamada subnotificação. O Estado tem ampliado a política de testagem (deve chegar a 8 mil testes/dia por RT-PCR, por meio do Testar RS) e os números oficiais estão se aproximando da realidade, segundo a pesquisa, do nível de contágio. Então, ao mesmo tempo em que temos uma boa notícia, os resultados reforçam que ainda estamos vivenciando um momento de expansão do vírus no Rio Grande do Sul”, disse o governador Eduardo Leite.
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Os dados da Secretaria Estadual da Saúde indicam que o Estado tem 104.068 casos confirmados de Covid-19. Destas pessoas que já tiveram teste positivo para a doença, 91% estão recuperadas.
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Na testagem anterior da pesquisa Epicovid19-RS, havia um caso positivo a cada 104 gaúchos. Na quinta, havia um caso positivo a cada 214 pessoas; na quarta, um a cada 562 pessoas; na terceira, um a cada 454 pessoas; na segunda, um a cada 769; e na rodada inicial, um a cada 2 mil.
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“Por meio das ações que adotou, o Rio Grande do Sul conseguiu fazer com que o vírus circulasse menos aqui do que em outras regiões do Brasil. Mesmo em um momento em que a pandemia está forte, só temos 1,2% da população infectada. Em outros lugares do Brasil, no momento mais crucial, havia 15%, 20% da população infectada. Isso mostra que o Rio Grande do Sul, por meio das políticas públicas e das ações do governo e dos pesquisadores, tem conseguido fazer com que a pandemia seja menos grave por aqui”, disse o reitor da UFPel, Pedro Hallal.
Testagem no último fim de semana teve dois resultados positivos em Santa Cruz
Entre os dias 15 e 17 de agosto, foram testadas 4,5 mil pessoas nas nove cidades selecionadas: Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul. Dos 4,5 mil testes aplicados, 55 tiveram resultado positivo para coronavírus: 12 em Canoas; 11 em Porto Alegre; oito em Pelotas; seis em Passo Fundo e Caxias do Sul; quatro em Santa Maria e Ijuí; e dois casos positivos detectados em Santa Cruz do Sul e Uruguaiana.
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Na etapa anterior, foram 43 resultados positivos. Esses resultados confirmam a predominância de casos na Região Metropolitana e a crescente aceleração da curva de contágio e do número de internações em Pelotas.
Em caso de resultado positivo, os pesquisadores testam também todos os moradores da casa. Em conjunto, os dados das sete etapas apontam que cerca de um terço das pessoas (33%) que residem com alguém que tenha testado positivo apresentam o mesmo resultado para o teste.
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A análise da relação entre estimativa de casos reais e casos notificados ao longo do tempo aponta que a notificação está mais próxima do total de casos estimados, devido ao aumento da capacidade de testagem no Estado. Os dados mais recentes apontam que a projeção de casos reais é 1,4 vez o número de notificados. Na primeira etapa, essa diferença havia sido de oito vezes; e, na segunda, de 12 vezes.
Os coordenadores do estudo reforçam a necessidade de ampliar a testagem por RT-PCR e realizar a busca ativa de contatos das pessoas que tiverem resultado do teste positivo para, assim, frear a disseminação do contágio.
“É óbvio que testes são bem-vindos, mas o melhor é testar com qualidade: pessoas suspeitas, pessoas que tiveram contato com infectados. Na testagem de qualidade, o Rio Grande do Sul está em posição muito melhor que o resto do Brasil. Se nós encontramos 1,4 vez mais casos do que os números oficiais, e no Brasil é seis vezes mais casos do que os registrados oficialmente, significa que estamos testando as pessoas que precisam ser testadas, e que o uso do dinheiro público para testagem está atingindo um bom resultado”, ponderou o reitor da UFPel.
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A coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, lembrou que ainda há mais uma etapa da pesquisa, prevista para ocorrer entre os dias 5 e 7 de setembro. “Esses números são mais uma referência para a mensuração de dados da pandemia no Estado. A pesquisa tem sido citada e comentada como inédita, e temos o prazer de termos uma grande universidade, como a UFPel, na coordenação desse estudo”, detalhou.
Distanciamento Controlado
Quando comparados à sexta etapa da pesquisa, os dados da sétima etapa mostram que o número de pessoas que está seguindo as orientações de distanciamento social cresceu levemente: 12,8% informou estar sempre em casa. No final de julho, eram 12,6% dos entrevistados.
O número de pessoas que saem diariamente também caiu. Eram 33,3% dos entrevistados no final de julho e, agora, foram 32,6%. “Desde o início da pesquisa, o percentual de pessoas que saía todos os dias aumentou muito. Desde a chegada mais intensa do coronavírus (entre o final de junho, julho e agosto), porém, parece que, felizmente, a população gaúcha entendeu a gravidade e está mais em casa, esse percentual parou de aumentar”, explicou o reitor Hallal.
A quantidade de pessoas que sai para cumprir atividades essenciais, porém, aumentou: 54,6% dos entrevistados saem com essa finalidade. No final de julho, eram 54,1% dos entrevistados.
A pesquisa
O Epicovid19 é coordenado pelo governo do Rio Grande do Sul e pela UFPel, mobilizando uma rede de 12 universidades federais e privadas: Imed Passo Fundo, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade La Salle (Unilasalle-Canoas) e Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).
As duas fases do estudo somam investimentos de R$ 2,1 milhões, com apoio da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital gaúcha, do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro, e do Banrisul.
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