A longa lista de imbróglios jurídicos que marca o chamado Caso Motocross, em Santa Cruz do Sul, ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira, 28. Foi transferido para o dia 15 de agosto o julgamento do advogado Renato Andrade Ferreira, de 36 anos. Ele é apontado pela Polícia Civil e Ministério Público (MP) como o mandante do homicídio de Tiago Aliandro Kohlrausch, de 30 anos, em 23 de setembro de 2019.
A sessão estava marcada para 11 de julho, mas precisou ser alterada em virtude de outra audiência que a advogada Tatiana Borsa, representante de Renato no processo, havia agendado previamente. Os outros dois réus no caso já foram condenados anteriormente. Patrícia D’Ávila da Luz, de 24 anos, foi sentenciada em 15 de setembro de 2021 a 16 anos de prisão. Essa pena foi posteriormente revertida para 13 anos e nove meses pelo Tribunal de Justiça do Estado, atendendo a apelo defensivo.
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Já Gabriel Nascimento da Luz, de 55 anos, que é tio de Patrícia, foi condenado a 11 anos e oito meses de prisão no dia 18 de abril. Para essa mesma data estava marcado o julgamento de Renato. No entanto, ele teve um infarto enquanto se deslocava para o município, e foi internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, não comparecendo à sessão. Em razão disso, atendendo a apelo da defesa, com concordância do MP, o processo foi cindido.
Após a paralisação do Judiciário em razão das enchentes, foi designada a data de 11 de julho para o julgamento do advogado, que agora foi modificada novamente, para 15 de agosto, com início às 9h30. Gustavo Burgos de Oliveira será o promotor. O advogado da família da vítima, Frederico Eick Martins, deve ocupar parte do tempo destinado ao MP para fazer suas considerações no júri.
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O caso
O crime aconteceu na noite de 23 de setembro de 2019, uma segunda-feira, às 19h45. Tiago Aliandro Kohlrausch, que era mecânico concursado da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, morreu com quatro disparos de pistola calibre 380, efetuados por matadores de aluguel, na garagem da casa dele, na Rua Walder Rude Kipper, no Loteamento Motocross, Bairro Arroio Grande.
Renato e a sua companheira na época, Patrícia D’Ávila da Luz, foram indiciados pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) por homicídio triplamente qualificado. Patrícia é mãe do único filho de Tiago, que tinha 1 ano e 5 meses na época – hoje a criança está com 6 anos. Conforme as conclusões do delegado Alessander Zucuni Garcia, em um inquérito de 350 páginas, a mulher e o padrasto da criança planejaram e coordenaram o assassinato do funcionário público.
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O objetivo seria afastar o pai biológico do filho. Gabriel Nascimento da Luz, tio de Patrícia e morador de Santa Cruz, teria levado os matadores contratados até a casa da vítima. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado. Os dois executores, que seriam de uma facção criminosa da Região Metropolitana, jamais foram localizados.
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