Uganda já acolhe mais de 900 mil refugiados sul-sudaneses que necessitam urgentemente de assistência humanitária, o que representa mais que todas as solicitações de asilo concedido pela Europa no ano passado, apontou nesta quinta-feira, 18, em comunicado a ONG Médicos Sem Fronteira (MSF). A Informação é da Agência EFE.
De acordo com esta organização, mais de 630 mil refugiados chegaram ao Norte de Uganda desde julho de 2016, quando voltou a explodir a violência no Sudão do Sul entre rebeldes e o Exército, e milhares de sul-sudaneses continuam fugindo a cada semana ao país vizinho.
“O total de refugiados sul-sudaneses e solicitantes de asilo é 900 mil, e Uganda é agora o país que mais refugiados acolhe na África e que aceitou mais refugiados que o número de pessoas que receberam asilo na Europa em 2016”, aponta MSF.
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Esta organização indica que os sul-sudaneses que chegam ao Norte de Uganda têm um estado de saúde “relativamente bom”, mas muitos experimentaram “uma violência horrível” em seus locais de origem ou durante o trajeto.
O alcance da chegada de refugiados a esse país levou até o limite as “políticas progressistas” de Uganda em matéria de refugiados e afetou a capacidade do Governo de responder ao grande fluxo de sul-sudaneses.
“Apesar da grande mobilização humanitária, a resposta de emergência ainda está longe de ser suficiente e muitas pessoas não têm água, comida e refúgio suficiente”, afirmou o chefe da missão da MSF em Uganda.
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Muitos refugiados recém-chegados têm que dormir debaixo de árvores e há atrasos na distribuição de comida e de água potável, algo que inclusive fez com que alguns sul-sudaneses voltassem a seu país perante as carências que sofrem nos acampamentos.
A isto se soma o fato de que, apesar de 85% das pessoas chegadas novas ao Norte de Uganda serem mulheres e meninos, não há uma resposta e proteção específica para as “estendidas violações” com este grupo.
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