É compreensível que haja uma dificuldade de aceitação do novo, principalmente quando ameaçador às razões de nossa zona de conforto (alimento, domicílio, trabalho e renda). Assim sendo, greves, boicotes e formalização de leis restritivas e imputação de tributos são exemplos comuns de reação contrária. Em qualquer lugar do mundo.
Mas quem se surpreende e reage contrariamente deve se informar melhor, se preparar e se adaptar. As novidades não param. Nas indústrias, a adoção de processos seriados, mecânicos e robóticos. Nos serviços e no consumo, o autoatendimento e o código de barras. No comércio mundial, a plenitude do mercantilismo e da globalização. As tecnologias de conhecimento, informação e comunicação são os líderes das novidades. Entre outros, tem o WhatsApp, Netflix, Spotify, Booking, Arbnb e Amazon.
O WhatsApp está tirando o sono (e o dinheiro) das operadoras de celular. Os canais de TV perdem audiência para o Netflix. E a Uber faz sucesso mundial por oferecer agilidade e preço razoável.
Publicidade
Os incomodados têm reivindicado sua proibição, regulamentação e/ou tributação. Ignoram que na restrição de concorrência e imputação tributária, o prejudicado será o cidadão. O que determina a sobrevida de um ou outro produto e serviço são o preço, a qualidade e a preferência do consumidor.
“Ludismo” foi um movimento que reuniu trabalhadores de indústrias inglesas em 1811 contrários à substituição da mão de obra humana por máquinas. Ainda hoje se denomina de luditas aqueles que se opõem ao desenvolvimento tecnológico e são contra as novidades industriais, comerciais e de serviços. Apesar de contrariar tendências, suas (equivocadas) reações têm o mérito de provocar a reflexão e especulação sobre os (impactados) modelos de desenvolvimento e organização do capital.
Dito isso, o que fazer com a Uber (assim como todas as novidades concorrenciais)? Proibir, regulamentar e/ou tributar? É concorrência desleal? Todas as perguntas são válidas. Mas também são inconvenientes ou erradas. Primeiramente, é lógico que todo comerciante e prestador de serviço respeita a concorrência. Porque sabe que o consumidor não é bobo. E que vai escolher o melhor serviço e/ou aquele que lhe convém.
Publicidade
Mas há um adversário pior: o governo. Afinal, é sempre procurado pelos concorrentes que se sentem prejudicados. E do governo exigem leis de proibição, de regulamentação e de tributação. No final, prejudicados somos todos!
Parênteses. Por experiência no uso de Uber, há dois pontos duvidosos e preocupantes: a qualidade dos carros utilizados (alugados e por isso modestos) e as habilidades dos motoristas (qualidade de direção e conhecimento urbano)!
Publicidade