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Túmulos históricos são pouco valorizados

Quem visita os cemitérios mais tradicionais de Santa Cruz do Sul não deixa de observar a deterioração e o descuido com túmulos, lápides e jazigos históricos e artísticos, alguns construídos com materiais importados da Europa, como mármore de carrara. Para o professor e arquiteto Ronaldo Wink, o município está desperdiçando uma excelente oportunidade de criar roteiros turísticos de visitação a esses locais.

Autor da pesquisa Arte e Arquitetura: túmulos, jazigos e mausoléus, desenvolvida em 2007, ele comenta que, a cada ano, constata o agravamento dos problemas, pela ação do tempo e dos vândalos. As famílias acabam desmotivadas e não realizam mais melhorias. Túmulos antigos estão com rachaduras e musgos. Frisa que esta situação vai contra o que se observa em cidades brasileiras e de outras países, onde os cemitérios integram importantes roteiros turísticos. 

Conforme Wink, Santa Cruz possui cemitérios antigos, repletos de história e de obras de arte, que poderiam ser mais valorizados. “Talvez o poder público, junto com os familiares, poderia fazer algo para preservar esses monumentos.” O maior exemplo da ação dos vândalos, segundo ele, ocorreu no Jazigo da Família Augusto Hennig, no Cemitério Municipal, onde todas as peças de bronze, cobre e outros metais foram roubadas.

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Este jazigo, segundo ele, é uma obra importante da arte cemiterial no Rio Grande do Sul. Foi construído na década de 1920 pelo industrial Augusto Hennig, com projeto do arquiteto Jorge Hoelzel. Além de toda a arte empregada na área interna e externa, no pequeno jardim frontal havia um anjo, quase em tamanho natural, segurando uma espada. Tudo foi roubado e provavelmente vendido como sucata. As peças haviam sido fundidas no Atelier de Escultura e Galvanoplastia de João Friederichs, de Porto Alegre.

A figura do anjo foi criada e executada pelo escultor italiano Giuseppe Gaudenzi, que veio ao Brasil para lecionar na Escola de Engenharia de Porto Alegre. Em Santa Cruz, Gaudenzi também foi responsável pela confecção do Monumento da Independência, na Praça da Bandeira.

Obras de arte

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De acordo com Ronaldo Wink, Santa Cruz do Sul possui vários cemitérios históricos. Na cidade, o destaque é o Municipal, no altos da Avenida Independência. Mas o Católico, na Rua Capitão Jorge Frantz esquina com Thomaz Flores, também abriga verdadeiras obras de arte. Entre eles, o mausoléu da Família Jorge Frantz e o jazigo da Família Arno Münch.

No Municipal estão as principais obras. Além do mausoléu dos Hennig, Wink destaca os jazigos das famílias Lowenhaupt, Gressler/Becker, Jacobus, Hoelzel/Niedersberg/Glauche e do casal Schroeder; os túmulos da Família Kern/ Maus, Iserhard, Berhard, Bartholomay, Hoelzel e outros.

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