O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030. Com os votos do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, e da ministra Cármen Lúcia, a Corte formou um placar de 5 a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo federal por abuso de poder político e uso indevido dos meios oficiais de comunicação para atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em reunião com diplomatas estrangeiros, às vésperas da campanha de 2022.
A saída compulsória de Bolsonaro das próximas disputas eleitorais – incluindo a presidencial de 2026 – tira do páreo o principal personagem da extrema-direita brasileira e obriga um novo arranjo no cenário político. A inelegibilidade vai criar uma situação inédita para o ex-capitão do Exército, que exerceu mandatos por mais de 30 anos sem interrupção – desde 1989, sendo dois anos como vereador, 28 anos como deputado federal e quatro como presidente.
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Após a decisão do TSE, em Belo Horizonte, onde acompanhava o velório do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, Bolsonaro afirmou que vai continuar na política como um “cabo eleitoral de luxo”. Ele não quis especular sobre a possibilidade do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, assumirem como atores de seu campo político em 2026. Ele ressaltou que “não está morto” politicamente e classificou a decisão dessa sexta como “uma facada nas costas”, em alusão ao golpe que sofreu na barriga na campanha de 2018, em Juiz de Fora.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro postou uma foto do marido acompanhada de um versículo bíblico sobre “pagamento de injustiças” nas redes sociais. Michelle disse que continuará ao lado de Bolsonaro. “Eu continuo confiando, acreditando e ao seu lado, meu amor. Estou às suas ordens, meu capitão”, escreveu. A defesa do ex-presidente informou que vai aguardar a publicação do acórdão do TSE para estudar o melhor recurso, inclusive uma possível apelação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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Bolsonaro afirmou ainda que o TSE “trabalhou contra” ele. “Foi um massacre para cima de mim por parte de alguns setores da sociedade e também o TSE, que trabalhou contra. Os que trabalharam contra mim se gabam de uma vitória da democracia”, disse. Para ele, o Brasil “está no caminho para a ditadura” e o País segue para uma nova vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, reforçando que uma eleição presidencial sem ele seria uma vitória do petista por “WO”. Em tom inconformado, Bolsonaro voltou a fazer críticas duras contra o PT. Ele se referiu pelo menos duas vezes aos membros do partido como “petralhas”.
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