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LISSI BENDER

Tributo a Jorge Luiz da Cunha

Quem se interessa por história, educação, pesquisa conhece ou, pelo menos, ouviu falar do professor dr. Jorge Luiz da Cunha, por sua imensurável contribuição para a historiografia da imigração e colonização alemã. Nesse campo, Jorge emerge como imprescindível para conhecê-la melhor – por seu conhecimento a respeito, por suas múltiplas inserções em publicações e colaborações.

Conheci-o na antiga Fisc, éramos colegas, ele professor de história e eu, de alemão. Continuamos juntos, quando da transformação da Fisc em Unisc. Foi coordenador do Centro de Ciências Sociais e Humanas e diretor fundador da Escola Educar-se. Fez doutorado em Filosofia – História Medieval e Contemporânea na Universidade de Hamburgo, Alemanha. Suas pesquisas resultaram no livro em língua alemã: Rio Grande do Sul und die deutsche Kolonization. Ein Beitrag zur Geschichte der deutsch-brasilianischen Auswanderung und der deutschen Siedlung in Südbrasilien zwischen 1824 und 1914. Entre outras publicações, merece destaque a obra bilíngue: Cultura alemã, 180 anos – Deutsche Kultur seit 180 Jahren, que recebeu o prêmio Açorianos.

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Também no campo da educação ele publicou livros: Escola, cultura e saberes, pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro em 2005; Escola, conflitos e violências, em 2008, pela Editora da UFSM; Práticas de formação, memória e pesquisa (auto)biográfica, pela Editora da USP, em 2010 e muitos artigos científicos.

Além de cursar pós-doutorado na Unisinos, ele foi o primeiro mestre e o primeiro doutor da Unisc. Dali se transferiu para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde foi pró-reitor de Graduação e esteve vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE – Mestrado e Doutorado); ao Programa de Pós-Graduação em História (PPGH – Mestrado e Doutorado); e ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (PROHISTÓRIA – Mestrado). Ele foi orientador de mais de 450 estudantes em cursos de especialização, mestrado e doutorado.

Manteve vínculos científicos com universidades europeias, especialmente na Alemanha – Universität Hamburg e Universität Stuttgart – e em Portugal – Universidade do Minho.

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Ao longo da sua vida, Jorge e eu sempre mantivemos contato, o que resultou em fraterna amizade e nos proporcionou muitas trocas no âmbito acadêmico, e em participação conjunta em eventos. Desde 2016 ele foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, Biograph. Juntos trabalhamos na tradução de pesquisas de Peter Alheit sobre biograficidade e conversamos com o pesquisador durante o congresso da Biograph em São Paulo. (Foto abaixo, Jorge está à esquerda.)

Em 23 de agosto, mal havia completado 65 anos, o Altíssimo o recolheu a sua luz eterna. Permanecem a saudade, a memória das boas vivências e seu imenso legado, que haverá de nutrir ainda muitas gerações de estudantes e estudiosos sobre (i)migrações e educação.

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