A ré Alexandra Dougokenski começou a ser julgada nesta segunda-feira, 16, em Planalto, pelo assassinato do filho Rafael Mateus Winques, em 2020. Na época, o menino tinha 11 anos. Ao todo, três testemunhas foram inquiridas pelos promotores de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) Michele Dumke Kufner, Diogo Gomes Taborda e Marcelo Tubino Vieira.
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A primeira a falar foi a professora Ana Maristela Stamm, que dava aulas de ciências e artes a Rafael. Depois, falaram os delegados Ercilio Raulileu Carletti e Eibert Moreira Neto. O júri será retomado nesta terça-feira, 17, às 8h30 com o depoimento do pai de Rafael, Rodrigo Winques.
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Conforme os promotores, nos dias que antecederam o homicídio, a ré passou a se sentir paulatinamente incomodada com as negativas do filho em acatar suas ordens, como diminuir o uso do celular e das horas de jogos online. Ela acreditava que a desobediência colocaria à prova o domínio que precisava ter sobre os filhos.
De acordo com a denúncia, temia, ainda, que esse comportamento do caçula pudesse incentivar o filho mais velho, de onde vinha a pensão que garantia seu sustento, a desobedecê-la. Foi este contexto que levou Alexandra a articular a morte de Rafael.
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Para levar o plano adiante, retirou da casa de sua mãe comprimidos do medicamento Diazepam e os deixou guardados até o momento oportuno para utilizá-los. Decidiu matar o filho na noite anterior ao crime, após perceber nova desobediência de Rafael e repreendê-lo, aos gritos, para que parasse de jogar.
Momentos antes, ela tinha realizado pesquisas na internet sobre uso de substâncias tóxicas para diminuir a resistência das vítimas, como “Boa Noite Cinderela” e colírios, e assistido a filmes em que o prazer sexual é alcançado por violência, asfixia e uso de máscaras.
Entre as 23 horas de 14 de maio e 0h30 de 15 de maio de 2020, Alexandra fez com que Rafael tomasse dois comprimidos de Diazepam. A ingestão foi comprovada por laudos periciais. A denunciada esperou em seu quarto até que o medicamento fizesse efeito. Horas depois, ainda na madrugada de 15 de maio, verificando que a resistência da criança estava reduzida em razão do medicamento, e munida de uma corda, estrangulou o filho até que sufocasse.
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“Após constatar que Rafael estava morto, Alexandra engendrou uma forma de ocultar o cadáver e despistar as suspeitas que pudessem recair sobre si. Para tanto, vestiu o corpo do filho, pegou seus chinelos e os óculos e decidiu levá-lo até a casa vizinha, onde sabia que existia um local propício à ocultação”, explica a promotora Michele.
“A mãe sabia que no local havia um tapume que encobriria o corpo. Ao deparar com uma caixa de papelão, depositou o corpo, configurando a ocultação de cadáver com três agravantes: para assegurar a impunidade do crime de homicídio, crime contra criança e contra descendentes”, diz.
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