O Colégio Marista São Luis recebeu o treinão de basquete promovido pelo professor Rodolfo Thomas entre quarta-feira, 11, e sábado, 14. Os 47 participantes tiveram a oportunidade de agregar conhecimentos por meio de orientações dos técnicos convidados. É a quinta edição da iniciativa, que aproveita as férias escolares para desenvolvimento esportivo dos jovens.

Um dos técnicos é o argentino Mariano Marcos. Ele é o coordenador das seleções de base dos “hermanos”. No último Sul-Americano, a Argentina foi campeã no sub-15 feminino e bronze no sub-18 feminino. Ainda faturou a prata no sub-16 masculino. Profissional de excelência, ainda contabiliza cinco títulos de Copa América e três de Mundial.

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Marcos acredita que é importante transmitir os fundamentos técnicos para as crianças, para um melhor desenvolvimento dos jovens atletas. “Atualmente, as crianças jogam basquete no PlayStation. Mas a vida real é mais complicada. Tem o calor, precisa suar a camiseta e ouvir os gritos do treinador. Por isso, é cada vez mais complicado trabalhar com as crianças. É importante atuar na motivação, sempre com o apoio dos pais. Assim poderão evoluir no jogo”, observa.

Na Argentina, ele acredita que há uma escola de treinadores muito forte e clubes estruturados, apesar dos problemas econômicos. “Temos uma raça muito grande e trabalhamos muito pelo basquete. Somos apaixonados pela quadra. Às vezes, nos chamam de maluco. Pelo valor que ganhamos e pelo tempo que ficamos longe da família”, analisa. “No Brasil, falta evoluir na organização para se tornar uma potência. Há grandes jogadores e treinadores. Mas é um trabalho de longo prazo, para implantar uma filosofia”, complementa.

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Bagagem de 24 anos como profissional

Também treinador do treinão, Guilherme Giovannoni tem um currículo invejável no basquete. Em 2019, aos 38 anos, anunciou a aposentadoria. Foi tricampeão da Liga Sul-Americana e do NBB pelo Brasília e MVP em duas finais. Revelado no Pinheiros, passou pela Europa e acumulou 22 anos na Seleção Brasileira. O ala-pivô de 2,04 metros foi bicampeão da Copa América (2005 e 2009), campeão do Torneio Tuto Marchand (2011), do Sul-Americano (2003) e medalhista de ouro em duas edições dos Jogos Pan-Americanos (1999 e 2003). Disputou os Jogos Olímpicos de 2012 e 2016. Atualmente, é comentarista da ESPN.

Giovannoni entende que os jovens precisam desenvolver o interesse pelo basquete. Precisam gostar de estar na quadra. Para ele, existe muita concorrência com o esporte, principalmente pelo viés tecnológico. “A atenção é dispersada. Mas o esporte é essencial na formação das crianças. Deveria ser obrigatório na escola. Tudo o que conquistei foi por meio do esporte. Esperam que esses jovens possam ter uma educação pautada pelos valores do esporte. Para se tornar um atleta, sabemos que o funil é estreito. Mas há muitos talentos a ser garimpados”, aponta.

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A Seleção Brasileira vive um momento de crescimento. Na reta final das eliminatórias para o Mundial masculino adulto, Santa Cruz do Sul vai sediar os jogos contra Estados Unidos e Porto Rico em fevereiro. Para Giovannoni, o município é um polo importante do basquete. “Foi uma pena que Santa Cruz do Sul tenha ficado tanto tempo afastada do basquete de alto rendimento. É uma cidade apaixonada por basquete. É importante que a Seleção Brasileira venha. O ginásio é belíssimo. Vai ter um grande apoio da torcida”, comenta.

Apesar da saudade das quadras, Giovannoni mantém uma estreita relação com o basquete por meio dos comentários na televisão. “A saudade sempre vai existir. Foi uma fase da minha vida que aproveitei muito. Mas todo atleta sabe que uma hora vai ter que parar. A carreira é curta. Continuo no basquete fazendo uma coisa que adoro. Nos eventos, posso ajudar na formação ao transmitir os conhecimentos adquiridos ao longo da carreira”, finaliza.

Trajetória para se tornar profissional

Atleta do União Corinthians, Alexandra Lawisch Eggers foi medalha de bronze no Sul-Americano sub-15 disputado em novembro de 2022 no Chile. O título ficou com a Argentina de Mariano Marcos. A jovem atleta é uma das participantes do treinão. Para ela, é uma oportunidade de crescimento.

Rodolfo Thomas ensinou Ale nos primeiros passos, com os fundamentos básicos. Ela o considera um segundo pai. “Participei de três edições anteriores. É uma experiência muito boa. Já melhorei meu estilo de jogo com os ensinamentos. São técnicos de muita história, que servem de inspiração. São referências, assim como o Rodolfo”, salienta.

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Alexandra nutre o sonho de tornar-se jogadora profissional. Ela pretende seguir na Seleção Brasileira de base e utilizar competições pelo União Corinthians como vitrine. “Fiquei muito orgulhosa do Mariano me reconhecer do Sul-Americana. Estou dedicada para crescer no basquete. No Brasileiro, vou jogar pelo Mampituba. Para o ano que vem, penso em ir para centros maiores. Sei que preciso abrir mão de muitas coisas para ter outras. Tenho que elencar prioridades. O basquete é minha vida e não consigo viver sem”, detalha.

Os outros técnicos convidados foram Giovane Assis, de Santa Rosa, e Vinicius Kramer, da Apacobas, de Caxias do Sul. O evento conta com apoio de Engenharia do Corpo, Soder Hotel, Restaurante Bifão, Miller Supermercados, Academia Precor, Fernando Schuster Fisioterapia, K2 Digital e Clínica Pauli.

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