O eixo norte da RSC–471, atualmente chamado de RSC–153, completa hoje cinco anos desde a inauguração com forte retração no movimento de veículos. A construção do trecho de 111,6 quilômetros da rodovia entre Santa Cruz do Sul e Barros Cassal abriu um novo corredor de exportação entre a região Norte do Estado e o Porto de Rio Grande, com a redução em 110 quilômetros em relação ao trajeto pela BR–386.
A obra é considerada como de maior porte e mais complexa nas últimas décadas na malha rodoviária gaúcha com recursos do governo estadual. No entanto, as precárias condições do asfalto no trajeto de 35,82 quilômetros da RSC-153 entre os municípios de Barros Cassal e Soledade, concluído em 2001, inibem cada vez mais os motoristas diante dos riscos de prejuízos e o aumento no tempo das viagens.
Os problemas no asfalto no trajeto entre Barros Cassal e Soledade aumentaram há três anos, após o incremento no fluxo de veículos pela estrada verificado a partir de dezembro de 2010 com a conclusão do último trecho do corredor de exportação, entre Barros Cassal e Santa Cruz do Sul. Com o aumento dos buracos e os reparos apenas paliativos, os motoristas voltaram a buscar rotas alternativas nos últimos meses. No início da tarde de ontem, enquanto a reportagem da Gazeta do Sul percorreu o trecho entre Gramado Xavier e Vera Cruz, cruzou por apenas quatro carretas.
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A gerente do Posto Central Paradouro Serrano, Renata Cardoso, afirma que o movimento caiu pelo menos 30% nos últimos dois meses no estabelecimento, na localidade de Pinhal Santo Antônio, no município de Sinimbu. Observa que os clientes cadastrados informaram que se tornou inviável a passagem pelo trecho em precárias condições e começaram a ir por Lajeado, pela BR–386, para o escoamento da safra do Norte do Estado pelo porto de Rio Grande. A expectativa é que ocorra uma reação no tráfego a partir de janeiro com o início da comercialização da safra de tabaco.
Em funcionamento desde março deste ano, o Posto Paradouro Central, em Linha Cinco, também no município de Sinimbu, nos primeiros meses chegou a ficar com o pátio lotado de caminhões. No entanto, o gerente Cleiton Goulart afirma que o queda no movimento começou em agosto e, desde então, reduziu cerca de 50%. Explica que os motoristas alegam prejuízos com a passagem no trecho por Barros Cassal e Soledade, além dos riscos de assaltos. Com isso, dois funcionários já foram dispensados.
O proprietário do Restaurante Trevo das Figueiras, Edson Moisés Nunes, em Pinhal Santo Antônio, no município de Sinimbu, afirma que há um ano servia de 30 a 40 almoços por dia e hoje são apenas de dez a 15. Observa que até caminhoneiros do Paraná e de Santa Catarina passavam com frequência pela rodovia e hoje nem as promoções atraem mais clientes por causa dos problemas na parte mais antiga da estrada. Nunes trabalha apenas com a família e, nos últimos meses, teve que conter todas as despesas para conseguir pagar o aluguel do prédio.
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