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Tratamento precoce

Para todo problema complexo, existe sempre uma solução simples e completamente errada. Diante da escalada dos casos de covid, precisamos usar todas as estratégias e tecnologias disponíveis para combater tal situação. Não há bala de prata para lidar com a pandemia. Erra aqui quem pensa que tratamento precoce é inimigo do distanciamento social, uso de álcool gel, ampliação da rede de saúde e vacinação. Tudo é importante.

O tratamento precoce é tão somente mais uma abordagem que vem somar esforços para conter a progressão de internações e óbitos que estão ocorrendo. Infelizmente está sendo pouco e mal usada, além de sofrer preconceito nunca antes visto na história da medicina. O tratamento precoce não se faz somente com essa ou aquela medicação. Ela é uma combinação de remédios reposicionados que juntos auxiliam o organismo no combate a um agente viral. Isoladamente, cada um deles não é suficientemente capaz de fazer isso. Mas juntos eles reduzem carga viral, facilitam e modulam a resposta imunológica a tal forma de reduzir a chance de desenvolver uma tempestade inflamatória, que piora muito a evolução de qualquer infecção.

A grande vantagem do tratamento precoce, que além de ser muito barato (cerca de 20 reais), seguro e de curta duração (cinco dias em média), é que ele ajuda as células do corpo a combaterem o vírus e não o vírus em si. Mas por que isso é vantajoso? Vírus mutam. Células não. Ou seja, caso o vírus mude, e ele está mutando (o que afeta muito a efetividade das vacinas), a ação celular do tratamento precoce continua agindo. Tratamento precoce é o melhor amigo da vacinação em termos biológicos e não um concorrente. Eles se complementam.

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Como diz o nome, o tratamento precoce deve ser instituído assim que começarem os sintomas mais leves. Mesmo sem a confirmação sorológica, se tiver sintomas, já se deve iniciar com as medicações. Pode-se ainda fazer uso profilático de algumas dessas medicações para pessoas que ainda não apresentam sintomas mas tiveram contato com infectados, para profissionais de saúde e de serviços essenciais.

As medicações que compõem o tratamento precoce são a hidroxicloroquina ou nitazoxanida com azitromicina, ivermectina, zinco (quelato) e vitamina D3 (calciferol). Ivermectina, zinco e vitamina D podem ser usados no tratamento profilático. Todos são medicamentos antigos, seguros e consagrados que foram reposicionados pela sua ação celular, antiviral e imunomoduladora. Algo bastante comum na medicina. O AZT era um medicamento para tratar leucemia e dez anos após ser “abandonada” virou o principal tratamento para HIV, dentro de um coquetel.

Reforço que tratamento precoce sozinho não é a solução, mas pode ser um desafogo para nosso combalido sistema hospitalar, como foi em Porto Feliz/SP, Búzios/RJ e Porto Seguro/BA. Tratamento precoce não tem a ver com cura ou imunidade à doença, mas sim redução do risco de progressão viral para fases que exijam internação e UTI. Não podemos mais abrir mão dessa ferramenta. A realidade não permite esse luxo, ceticismo ou teimosia ideológica. Vidas estão em jogo.

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