Existe uma série de orientações que devem ser seguidas por todos os cidadãos na área da saúde bucal. A boa higienização diária, consultas regulares ao dentista, alimentação balanceada, hábitos saudáveis e autoexame bucal são alguns exemplos que devem receber atenção. Dentre aqueles que são portadores de diabetes, esses cuidados devem ser ainda maiores. “Manter o controle da glicemia faz parte do tratamento de todas as doenças bucais”, explica a cirurgiã-dentista Lilian Pastore.

O tratamento indicado deve ser o mesmo para todos os pacientes que possuem condições crônicas de saúde. É imprescindível, porém, que o dentista conheça o tipo de diabetes, qual o tratamento que o paciente realiza, bem como a forma como faz o controle glicêmico. Esse conhecimento pode ser obtido por meio de perguntas-chave e apresentação de exames, como hemoglobina glicada.

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Além disso, devem ser acompanhadas as possíveis complicações do paciente. O tempo de diabetes e outras comorbidades fazem parte do protocolo adotado pelo especialista para dar continuidade ao tratamento. “Alguns fatores podem interferir em várias decisões do tratamento, tais como cicatrização de feridas, escolha do momento ideal para procedimentos eletivos e prescrição de medicamentos”, afirma Lilian.

O cuidado para evitar a infecção odontológica deve ser redobrado. Assim como as demais infecções no corpo, aumenta a resistência insulínica e, por consequência, dificulta o controle glicêmico. “Esse descontrole, por sua vez, interfere na evolução mais rápida da infecção e na sua severidade. A diabetes descompensada é considerada um fator de risco não só para infecções odontológicas, como também aumenta a chance de infecções pós-cirúrgicas”, acrescenta.

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Outra atenção especial por parte do dentista é na escolha do tipo de anestésico. Não há específica contraindicação pelo uso da insulina, mas a seleção deve ser individualizada, tendo como fatores decisivos questões como o tipo de procedimento, idade, tempo de duração necessária, toxicidade e necessidade de hemostasia (prevenção e interrupção de sangramento). Isso porque um tipo de anestésico bem indicado para procedimentos rotineiros em pacientes com diabetes pode ser totalmente contraindicado em pacientes grávidas.

Doenças bucais associadas ao diabetes

• Periodontite: considerada a sexta complicação microvascular do diabetes.
• Candidíase: infecção fúngica.
• Hipossalivação: diminuição da produção de saliva.
• Hálito cetônico: quando existe o quadro de cetoacidose diabética, principalmente em DM1.
• Herpes simples: pela queda da imunidade geral.

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Recomendações

Lilian Pastore reforça que é importante inserir a higiene bucal na rotina de forma regrada e caprichada, principalmente à noite. “É um autocuidado importantíssimo para a saúde geral do organismo, para seu controle glicêmico, bem-estar e autoestima”, frisa.

As dúvidas devem ser esclarecidas com um dentista, assim como o acompanhamento da glicemia antes das consultas odontológicas, questionando também se a medicação utilizada pode alterar a glicemia. “Jamais tenha vergonha de dizer ao profissional sua verdadeira realidade, caso o seu controle não esteja num momento bom, pois é um dado importantíssimo na tomada de decisões”, reforça Lilian.

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