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Trapalhões de diferentes gerações

A estreia da nova versão do programa Os Trapalhões, no dia 17 de julho, segunda-feira, deixou o Canal Viva em segundo lugar na audiência da TV paga. Ficou atrás apenas do SporTV. A expectativa é de que essa boa recepção continue até o fim da temporada de nove episódios, a qual deve ser exibida pela Rede Globo em setembro. Agora, nos lugares de Renato Aragão (Didi), Dedé Santana, Antônio Bernardes Gomes (o Mussum) e Mauro Gonçalves (Zacarias), estão, respectivamente, os jovens Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana. Mas Renato e Dedé, do elenco original, também aparecem, agora como “mestres dos novatos”.

Aos 81 anos, Manfried Sant’Anna continua indissociável de seu famoso personagem: Dedé, que ficou marcado como o mais sério dos Trapalhões e também o “galã” – embora sempre ridicularizado por Didi. Em entrevistas sobre o novo programa, ele confessou, irônico, não ter gostado muito de Bruno Gissoni. O motivo: “Ele é muito bonito”, brincou. 

Nascido em Niterói, filho de uma família de artistas de circo, Sant’Anna tem uma ligação muito forte com Santa Cruz do Sul. Ele é casado com Christiane Bublitz, ex-rainha da primeira Oktoberfest, com quem teve os filhos Marcos, Yasmim e Daynara. Em 2015, Dedé esteve em Santa Cruz se apresentando junto com o Circo Mix, instalado no Parque da Oktoberfest. Foi um retorno às raízes de um humorista que estreou no picadeiro com apenas 3 meses de idade, no colo da mãe, a contorcionista Ondina Santana. Nesse ambiente, ele já fez barra, trapézio, globo da morte e foi palhaço de matinê. Tudo isso antes de chegar na TV e no cinema com Os Trapalhões, um dos grupos de humor mais famosos de todos os tempos.

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Ele repassou seu aprendizado circense aos companheiros de cena. “Passei isso para o Mussum, para o Zacarias, para o próprio Didi, e os ensinei como cair no chão, por exemplo”, conta. Agora, ele faz o papel de tio do novo Dedé elogia os novos atores e se diz “muito feliz” em fazer parte do projeto. O remake de Os Trapalhões ainda tem participações especiais. Nego do Borel interpreta um tipo inspirado em Tião Macalé – aquele do bordão “Ih! Nojento!”. E o quartel-general de tantos episódios aparece novamente, desta vez com Ernani Morais como o Sargento Pincel.

Sucesso que atravessa décadas

O humorístico Os Trapalhões estreou na Rede Globo em 13 de março de 1977, antes do Fantástico. Mas, antes disso, uma longa trajetória já havia sido percorrida. O grupo começou na TV Excelsior de São Paulo, em 1966, com o nome Os Adoráveis Trapalhões. Na época, Renato Aragão e Dedé Santana contracenavam com Wanderley Cardoso, Ivon Cury e Ted Boy Marino. Com a saída de alguns integrantres e a entrada de Mussum, em 1972, e de Zacarias, em 1974, formou-se o quarteto clássico.

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A trupe ainda passou pela TV Tupi e pela TV Record – onde costumava tirar a audiência do Fantástico – antes de chegar à Globo. Tornou-se um dos maiores fenômenos de popularidade e audiência no Brasil em toda a história, entrando para o Livro Guinness de Recordes Mundiais como o programa humorístico de maior duração da televisão, com 30 anos de exibição. Hoje são 40 anos só de TV Globo.

A repercussão da TV acabou levando o grupo ao cinema. Com o quarteto clássico, foram produzidos 21 filmes, entre eles Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (1978) até Uma Escola Atrapalhada (1990). Mais de 120 milhões de pessoas já assistiram aos filmes d’Os Trapalhões, e sete destes filmes estão na lista das dez maiores bilheterias do cinema brasileiro.

No dia 18 de março de 1990, Zacarias morreu de insuficiência respiratória, antes mesmo de iniciar a temporada do programa daquele ano. Isso quase levou ao fim do grupo. Já em 29 de julho de 1994, faleceu Mussum, em decorrência de problemas cardíacos. Apesar de tudo, Renato Aragão e Dedé levaram adiante o nome dos Trapalhões.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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