Enquanto o mundo tem claramente a vontade política e as ferramentas legais para deter traficantes de seres humanos e suas redes criminosas, uma cooperação internacional mais significativa e financiamento adequado são necessários para que sejam tomadas medidas eficazes, afirmaram funcionários das Nações Unidas. Vítimas deste tipo de crime são de 152 nacionalidades e espalham-se por 124 países, informou a ONU.
“Nenhuma região está imune”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em comunicado assinado juntamente com o presidente da Assembleia Geral e o chefe da agência da ONU que trata do tema, o UNODC [Escritório da ONU sobre Drogas e Crime], em um evento de alto nível na sede da ONU em Nova York no último dia 9 de fevereiro.
Ban Ki-moon destacou a importância de reforçar as parcerias e a coordenação nos esforços para acabar com o sofrimento de todas as vítimas de tráfico, incluindo aquelas submetidas à escravidão, servidão e trabalho forçado, entre outras formas de exploração. “Com parcerias sólidas e uma abordagem clara, podemos garantir que os criminosos sejam levados à justiça”, disse ele.
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Atualmente, mais de 60 milhões de mulheres, crianças e homens estão fugindo de conflitos, escapando das guerras ou procuram uma vida melhor, disse o chefe da ONU, observando que muitos estão sendo coagidos à exploração durante a sua viagem, e milhares estão morrendo no mar e em terra, no mãos dos contrabandistas. Um número imenso é de mulheres e crianças, acrescentou.
O secretário-geral lembrou que o Serviço Europeu de Polícia (Europol) anunciou recentemente que cerca de 10 mil crianças vulneráveis que viajam para a Europa simplesmente desapareceram. “Algumas podem estar se escondendo [por medo]. Outras são mantidas na escuridão”, destacou.
“A promoção dos direitos humanos é central para a nossa estratégia”, disse Ban, exortando todos os Estados-membros a ratificar e aplicar integralmente a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e seus protocolos, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e a Convenção sobre os Direitos da Criança.
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Ele também pediu apoio para o Fundo Voluntário das Nações Unidas para as Vítimas de Tráfico de Pessoas e para o Fundo Voluntário das Nações Unidas sobre Formas Contemporâneas de Escravidão.
Recordando que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável promete “sociedades mais pacíficas. justas e inclusivas livres do medo e da violência”, Ban Ki-moon exortou a comunidade internacional a trabalhar unida para um mundo de respeito universal pela igualdade e a não discriminação; um mundo onde os direitos de todos, independentemente da sua origem nacional e social, possam ser protegidos, respeitados e cumpridos.
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