Traficantes planejaram execução de juíza com auxílio de policial

A Polícia Civil descobriu que uma juíza era o alvo de um plano de traficantes da Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo as informações divulgadas, a ideia era executar a magistrada, seus familiares e alguns policiais. O plano teria tido como base dados fornecidos por um policial militar do Vale do Taquari. 

A ação desencadeada hoje pela Polícia Civil, que cumpriu mandado na casa do brigadiano, teve como objetivo encontrar mais provas sobre as informações sigilosas que tinham sido passadas para os criminosos. De acordo com a investigação, o soldado é suspeito de acessar dados no sistema de segurança para os traficantes. Ele vai responder a um processo administrativo. Não está descartada a participação de outros policiais.

A quadrilha pretendia se vingar dos policiais que prenderam cerca de 120 traficantes a partir da Operação Clivium – realizada em junho de 2015. A base do grupo era em Gravataí e, com a apreensão de bens e bloqueio de contar bancárias, está perdendo espaço.

A magistrada, que era o principal alvo dos criminosos, atuava em Gravataí na época da investigação e emitiu os mandados de prisão e de busca. Além disso, ela aceitou denúncias que evoluíram para processos judiciais. No total, foram pelo menos 40 processos. Os nomes estão sendo preservados e a juíza foi transferida de comarca.

De acordo com a imprensa da Capital, a quadrilha elaborou o plano de dentro do Presídio Central, onde pelo menos 15 deles estavam presos. Eles são considerados perigosos e não deixam a casa prisional nem para as audiências, que são realizadas lá dentro. Um deles já foi transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). 

A organização criminosa possuía até um “caveirão” – veículo blindado com placas de aço. O carro foi apreendido pela polícia, ele tinha lugar para atiradores e foi usado em pelo menos 30 assassinatos. O grupo movimentou cerca de R$ 6 milhões.