O final de semana chega com sensação enorme de alívio para a população do Vale do Rio Pardo. Alívio pelo restabelecimento do tráfego, se não pleno, ao menos com maior praticidade, na principal rodovia que corta a região, a RSC-287. Como em nenhum outro momento da história recente (talvez em nenhum momento desde a própria construção dessa estrada), de repente, em razão dos estragos causados pela enchente do final de abril e início de maio, as localidades vizinhas (e até os moradores dentro de um mesmo município, como Candelária) ficaram isolados uns dos outros. Famílias ficaram afastadas. Produtores foram impedidos de chegar a suas propriedades. Trabalhadores de chegar a seus empregos. Estudantes de ir à escola. Por mais de um mês. Seis semanas em que a rotina regional, como fluía até então, emperrou. E em grande medida por causa da cabeceira da ponte sobre o Rio Pardo.
É fácil perceber e concluir o quanto esse transtorno teve efeitos danosos sobre a economia de empresas, de famílias. Os prejuízos, na mesma linha do que ocorreu com proprietários afetados diretamente pelas águas, são também incalculáveis. Como dimensionar o que significou para moradores de dez localidades não poder ir à cidade de Candelária e atender a seus negócios? Como avaliar contratempos de pessoas que, em sentido contrário, iriam até Santa Cruz para tratamento de saúde, algumas requerendo acompanhamento constante? Ou tudo isso não é importante? Ou “pode esperar”, como alguns sugeriam, ao longo de cinco semanas? Tempo não é apenas dinheiro; é também questão de sobrevivência!
O que precisa ser assumido, pelos responsáveis (tanto os que devem zelar pela infraestrutura, porque assumiram essa tarefa, exploram essa infraestrutura e cobram por isso, quanto os que têm a missão de fiscalizar a qualidade dos serviços e a presteza e a eficiência com que são executados), é que nunca mais, sob nenhuma hipótese, a região central do Estado fique por seis semanas sem o restabelecimento do tráfego. Com esse precedente, medidas preventivas, provisórias, paliativas, devem ser pensadas e providenciadas, a fim de contornar semelhante contratempo. Que essas medidas signifiquem até mesmo a construção de uma ponte móvel, da qual seja possível lançar mão quando necessário.
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Um leitor da Gazeta chegou a fazer sugestão, por telefone: que se empregasse nessas ocasiões uma carroceria de caminhão-cegonheiro, das quais há modelos longos, que poderiam ser estendidas sobre ponte eventualmente danificada. Uma vez que a carroceria desses veículos suporta o peso de inúmeros carros, por elas carregados, entende que poderia servir como uma ponte, ao menos para uma via. Disse que “é apenas uma ideia”, mas entre ideias por vezes surge uma como solução prática, eficiente e barata.
O restabelecimento do fluxo na ponte sobre o Rio Pardo traz alento, porque sem mobilidade a busca por soluções em outros serviços essenciais também estava emperrada. Bom final de semana.
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