A novela é antiga e o enredo continua o mesmo: os transtornos causados pela precariedade da RSC-153. Motoristas vêm sofrendo há anos com o risco de acidentes em virtude das más condições ao longo da rodovia. É o caso do trecho entre Herveiras e Barros Cassal, na altura do quilômetro 277. Os buracos chegam a ter de 15 a 20 centímetros de profundidade. Além dos prejuízos materiais nos carros, há ainda o perigo causado pela falta de sinalização em diversos pontos.

O arquiteto e urbanista Wilyan Battisti relata a dificuldade de viajar à noite, principalmente com a chegada do inverno, quando os dias escurecem mais cedo, o que acaba dificultando a visibilidade. “Os buracos vão aumentando a cada dia que passa, isso prejudica também o nosso comércio”, conta. Ele, que é proprietário de um estabelecimento à margem da rodovia, percebeu que o número de clientes caiu com a precariedade do trecho.

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Ano passado, segundo o arquiteto, houve um serviço de manutenção realizado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), feito em três etapas. A terceira, no entanto, que compreendia o trecho entre Herveiras e Barros Cassal, não foi concluída. “A rodovia foi apenas pintada, de Vera Cruz a Barros Cassal. E naquele trecho [quilômetro 277] está bem complicado.”

Wilyan Battisti mora em Barros Cassal durante a semana e se desloca para Santa Cruz do Sul nos fins de semana. Ele conta ainda que é possível encontrar buracos ao longo do caminho mesmo em Barros Cassal, onde já foi arrumado.

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O que diz o Daer

No último ano, de acordo com o Daer, a RSC-153 recebeu investimentos de R$ 8,1 milhões em melhorias no asfalto e na sinalização, dentro do programa Avançar. Intervenções foram realizadas em um trecho de 8 quilômetros em Barros Cassal e em 34 quilômetros entre Vera Cruz e Herveiras. No momento, a empresa contratada pelo Daer para a recuperação de estradas da região finaliza os serviços na ERS-412, entre Santa Cruz do Sul e Vera Cruz.

Em junho, nos próximos dias, a autarquia deve iniciar ações nos trechos críticos na RSC-153, com substituição do pavimento desgastado e renovação da pintura das faixas na pista. Para essa nova série de melhorias na RSC-153, estão previstos R$ 8 milhões da etapa 2 do programa Avançar.

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“É um serviço realizado em câmera lenta”

Desde maio do ano passado, a comissão Avante 153, formada por líderes políticos de Herveiras, Barros Cassal, Gramado Xavier, Sinimbu, Vera Cruz e Santa Cruz, vem realizando reuniões e audiências a fim de mobilizar as autoridades para a recuperação definitiva da rodovia. O presidente da comissão, Antônio Gildásio Corte Vieira, o Daio, vereador de Herveiras, ressalta que alguns serviços de manutenção foram realizados, como operações tapa-buracos. No entanto, algumas chuvas foram suficientes para desfazer os reparos.

A comissão, segundo o presidente, cobra um serviço de qualidade e que gere resultados. Em uma das reuniões com o Daer, foi informado que a empresa responsável pela manutenção da via recomeçaria os reparos entre Herveiras e Barros Cassal até a segunda quinzena de abril. A manutenção, no entanto, ainda não começou. É um dinheiro colocado fora. Entre Herveiras e Gramado Xavier, por exemplo, a pintura da via foi feita em cima do tapa-buracos. O Daer paga e a empresa precisa cumprir, mas porque não investem em serviço de qualidade?”, questiona. “É um serviço realizado em câmera lenta, com pouca gente e pouco rendimento.”

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Os problemas vão além das crateras. Daio cita os desníveis de quase 10 centímetros nas cabeceiras de pontes e menciona a falta de sinalização, não somente de pinturas, mas de placas, e de roçadas no acostamento. Alguns troncos de árvores, segundo ele, ficam a 1 metro de distância da pista, oferecendo risco, sobretudo aos caminhões. “É uma estrada que merecia, ao menos uma vez por ano, receber uma roçada”, diz. 

Outra preocupação são as frequentes ocorrências de tombamento de caminhões em alguns trechos. “A chance de esses acidentes terem ocorrido em decorrência dos buracos é grande.”

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