A fé e a esperança em dias melhores moveram a comunidade de Boa Vista na noite de sábado, 24, para participar de uma missa com bênção aos fiéis e seus veículos. Mais do que isso, foi uma forma de manter viva a tradição de décadas de homenagear os colonos e motoristas.
Após cancelar a realização da tradicional festa do Dia do Colono e Motorista em 2020, a comunidade de Boa Vista, este ano, optou por realizar as atividades de uma forma menos festiva do que seria se não fosse pela pandemia. Ainda assim, conforme o presidente da Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, Daltro Hilbig, um evento para uma grande quantidade de pessoas havia sido preparado e até uma famosa banda já tinha sido contratada.
“Essa situação em que vivemos atrapalha bastante nossas ações. Tinha a carreata até o ginásio. Já havíamos contratado Os Atuais para o baile, pois pensávamos que seria mais rápida a passagem desse momento de pandemia. Até tentamos fazer um almoço para 100 pessoas, mas a Prefeitura não autorizou. Por isso mantivemos pelo menos a bênção aos veículos parados e a missa”, disse Hilbig.
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“Desafio é manter viva a esperança das pessoas”, diz o padre Zé Renato
A falta do almoço e do baile acaba gerando prejuízos à comunidade. “É um evento que ajuda a nos manter. Sem ele, precisamos ir poupando e nos adequando de outras formas. Esperamos que no ano que vem possamos fazer tudo conforme planejamos”, salientou Daltro Hilbig.
Mas não é apenas a falta de recursos que impacta na comunidade de Boa Vista. Os eventos eram momentos para manter os vizinhos mais próximos. “Precisamos nos reinventar. Mudou em todos os sentidos, especialmente na vida da comunidade, que se baseia nos encontros das pessoas para celebrar, confraternizar ou mesmo refletir”, comentou o padre Zé Renato Back, que celebrou a missa da noite na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora e atua há quatro anos no local.
O pároco, no entanto, reconhece o fato de que a não realização do evento gera prejuízo financeiro às comunidades. “Dificultou muito a questão da sustentabilidade das comunidades. Mas a vida de fé não parou. O desafio é manter viva a esperança das pessoas e nos empenharmos para que a pandemia acabe o quanto antes, com o custo de menos vidas e menos sequelas possíveis.”
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