Centro-Serra

Tradição da Mostra de Vídeos é retomada na Escola Copetti

2022 marca a retomada de um projeto que vinculou-se ao calendário anual da Escola Estadual de Educação Básica Padre Benjamim Copetti, de Sobradinho. A Mostra de Vídeos, idealizada em 2013 pelo professor de Língua Inglesa, Nelton Turcatto, busca incentivar os estudantes a trabalharem temáticas de relevância social, transformando-as em projetos audiovisuais.

O olhar diferenciado dos alunos para cada produção, recebe esforço e dedicação ao longo de algumas semanas, para que, quando finalizado, seja transmitido à comunidade escolar e avaliado por uma comissão julgadora. Mais do que medalhas ou troféus, o percurso para realização desta atividade é o grande prêmio, uma vez que o aprendizado e as experiências vivenciadas costumam marcar suas trajetórias. E foi exatamente sobre isso que relataram durante visita à redação do Jornal Gazeta da Serra na última semana.

Diferentemente das edições anteriores em que os participantes da Mostra eram estudantes do 2º ano do Ensino Médio, desta vez são os jovens do 1º ano que embarcam nesta aventura.

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Conforme o professor, os alunos aprendem a trabalhar em grupo, pois a organização social é feita desta forma, seja em família, no trabalho, com os amigos, na faculdade. “A produção de vídeos vem para confrontar os alunos com a necessidade de trabalho em equipe, cooperação, superação, criatividade, para lá na frente terem sucesso”, pontua.

O educador acrescenta que a Mostra, em 2022, ingressa no guarda-chuva chamado ‘Cure o Mundo’, iniciativa lançada neste ano e que engloba todas as demais propostas pedagógicas envoltas neste mote. “Em toda a ação positiva que estamos fazendo estamos curando o mundo. Dentro deste conceito de ‘Cure o Mundo’ então elaboramos uma pesquisa para mapear as maiores ‘doenças’ da atualidade. Chegamos a 11 doenças, e, após sorteio entre as turmas, estas servirão de temática para os vídeos”, frisou.

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Alunos representantes das turmas em visita à redação do jornal Gazeta da Serra

As turmas seguem um regulamento da Mostra, no qual constam por exemplo algumas determinações, como a duração do vídeo (máximo 10 min), a necessidade de uma canção trilha, data de entrega, premiação e a obrigatoriedade dos atores principais serem os próprios estudantes, podendo contar ainda com participação de pessoas da comunidade como figurantes. Para a produção, os alunos podem utilizar telefone e câmeras, equipamentos e programas de edição e, claro, deixar a imaginação fluir. “O 1º ano está herdando, neste retorno pós-pandemia, este desafio de produção dos filmes”, acrescenta Nelton.

De acordo com a professora de Língua Portuguesa, Karine Petzold, além dos vídeos, os alunos também necessitam entregar uma apresentação do filme, a qual pode ser uma produção textual, como um poema, ou inclusive uma canção. “O que percebo deles, quando nos pontuam sobre as dificuldades, é a superação. Sinto muito orgulho deles e o quanto estão evoluindo, mostrando suas personalidades. Cada um, com seu jeitinho, tem importância em cada decisão que é tomada. Cada um desempenhando o seu papel e, no final, cada um como um todo, isso gera um resultado magnífico”, salienta.

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A culminância do projeto, que envolve os estudantes ao longo de pouco mais de dois meses, ocorrerá no dia 18 de agosto, quando a Mostra se concretizará através da apresentação dos vídeos e avaliação, além de outras atrações. O evento deverá ser realizado no Salão Paroquial Católico, no turno da manhã. “É um trabalho intenso para que no dia 11 de agosto, Dia do Estudante, os trabalhos sejam entregues e no dia 18 apresentados oficialmente”, ressalta o professor. Os vídeos também serão disponibilizados no canal da Escola Copetti no YouTube.

Toda a escola envolve-se com o projeto, assim como a 6ª Coordenadoria Regional de Educação é apoiadora da iniciativa. “É algo congruente com os novos rumos da educação”, pontua Nelton.

Alunos falam sobre os temas dos vídeos deste ano:

Turma 101 – Meio Ambiente

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“Esse trabalho é muito bom e, apesar de já existir há algum tempo, continua inovador. Acredito que vai auxiliar com que as pessoas se conscientizem, porque temos que notar que cada ato, mesmo que seja pequeno, vai fazer a diferença no mundo” – Tauã Padilha Dias.

“Com esse trabalho estamos nos tornando uma turma mais unida, aprendendo a ter mais paciência e aceitar a opinião dos outros, pois é difícil lidar com tantas opiniões diferentes na montagem do roteiro” – Rauana Nascimento Diles.

Turma 102 A – Saúde Pública

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“A gente sabe que este é um problema nos dias atuais, por falta de leitos hospitalares, pela falta de verbas, então é um trabalho que tivemos dificuldade inicialmente de falar sobre porque não estávamos focados o suficiente, unidos enquanto turma. É um trabalho importante, que vai refletir em nossa vida adulta” – Iago Ceolin Cruz.

“Tivemos muitos debates entre a turma e precisamos refletir muito para falar sobre este assunto. Vamos chegar ao final, tendo a conclusão deste filme” – Andressa Laureano Graeff.

Turma 102 B – Miséria e Fome

“Houveram muitos debates por conta das opiniões diferentes na turma, conflitando para um só roteiro. Este foi um dos maiores desafios, mas já estamos gravando” – Marlla Gabriela Lima

“É um tema muito forte e difícil de ser trabalhado. Desde o começo já é uma superação encontrar atores para participar, escrever as falas, produzir o roteiro. Acho que estamos indo bem, apesar de estarmos um pouco perdidas no começo. Estamos bastante animadas” – Thauani Fardin Rodrigues.

Turma 103 – Alcoolismo, Drogas e Jogos

“Nossa turma é bastante agitada. Desde o começo foi difícil chegar a um consenso sobre o roteiro. Foi necessário produzir três. São muitas pessoas, com personalidades diferentes e diversas ideias. Gostei muito da ideia desse trabalho dos filmes, pois nossa turma agora está se unindo e muita gente está descobrindo e fazendo novas amizades” – Lucas Oliveira dos Santos.

“Houve dificuldade em centralizar uma ideia. Só que este filme nos fez refletir. Reflexão foi algo que a nossa turma realmente veio para abrir novos caminhos para nossa vida, que ela é importante. E esse tema costuma estar próximo, nas famílias, entre conhecidos. Esta é uma luta muito grande na sociedade hoje” – Sebastian Pedro Bohrer Vieira.

“Este é um tema que já é antigo na sociedade, mas que está sendo bastante falado hoje em dia. Muitos jovens tem se perdido neste universo de drogas e álcool, por motivos de famílias, relacionamentos, brigas, problemas. Vamos dar o nosso melhor para fazer um filme que vai tocar geral e vai fazer um esparro” – Hector Artur Rodrigues Wilke.

Turma 104 – Violência e Criminalidade

“Violência e criminalidade são duas coisas que temos mais normalizadas hoje em dia, que está estampado nas notícias, é algo que é importante de ser falado, pois muita gente convive com isso, como é o caso da violência verbal. Temos que mostrar que como pessoas temos que melhorar e assim alcançar um lugar melhor para se viver e enfrentar estes problemas. Este projeto trabalha cooperação, criatividade, e também temos que olhar para um aspecto social quando estamos trabalhando no filme” – Nicolas Scherer Fetzer.

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Nathana Redin

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