A água que subiu com as fortes chuvas da primeira metade deste mês custou a baixar no balneário Porto Ferreira, situado às margens do Rio Jacuí, em Rio Pardo. O tradicional local de veraneio, onde pessoas de diversas cidades da região têm residências, foi um dos mais afetados pelas cheias. Algumas casas de dois andares ficaram apenas com seus telhados para fora do rio, telhados estes que acabaram sendo destruídos pelo granizo. Os estragos estão por todos os lados, e apenas no último fim de semana os proprietários puderam acessar o local de carro para ver os prejuízos causados por uma das maiores enchentes da história do Jacuí.
Das 500 residências do balneário, poucas se salvaram. Aqueles que moram nas proximidades precisaram ser retirados de suas casas e, aos poucos, planejam o retorno ao lar. Já os veranistas começam a vir das cidades próximas para conferir os estragos causados pela água. Algumas casas chegaram a ficar submersas, coisa que nem os proprietários mais antigos lembram de ter visto. Porto Ferreira já fora afetado por uma enchente na metade do ano, quando o rio alcançou a marca de 15,75 metros – um pouco mais que o dobro do nível normal, de 7 metros. Naquela ocasião, a parte alta do balneário ficou preservada. Agora, com as chuvas de outubro, o rio se aproximou da marca de 19 metros, inundando tudo.
O empresário aposentado José Gomes Fraga, morador de Santa Cruz do Sul, foi ver na tarde de ontem como ficou a sua casa, na Rua da Rampa. Quando o rio começou a subir de forma assustadora, ele decidiu pegar o barco e ir até a residência para tentar salvar alguns móveis. Entrou no segundo andar e levantou tudo o que pôde. A aventura, porém, de nada adiantou. A água subiu tanto que invadiu o imóvel, um dos mais próximos do rio, pela sacada e se aproximou do teto do piso superior. A altura atingida, segundo Fabra, foi de 19 metros – algo que ele, que veraneia no balneário desde 1972, nunca havia visto.
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