Definitivamente conceber, criar e educar uma criança não é uma atividade individual. E por ser uma atividade de grande responsabilidade, requer preparação. Quanto mais planejado e preparado, maior a chance de se lidar adequadamente com os desafios e dificuldades que certamente aparecerão durante esta caminhada. E é muito melhor trilhar este caminho com boas parcerias.
Primeiramente ressalto a importância da qualidade do relacionamento entre os pais da criança. Para uma criança ter um ambiente organizado, calmo e afetivo é essencial. Essa é uma tarefa do casal. E isso exige maturidade, intimidade, cumplicidade e tempo. Tais qualidades não surgem magicamente. Elas dão um grande trabalho. Infelizmente muitos casais desistem ou investem em pessoas não comprometidas com a ideia de formar uma família.
Não podemos esquecer que as finanças se modificam bastante com a chegada de uma criança. Mais uma vez o planejamento se faz necessário. Claro que uma gravidez não planejada ou até mesmo não desejada também pode dar certo. Mas acredito que gerar uma nova vida é tão importante que deveria ser uma decisão e não um acontecimento acidental. E uma decisão tomada de cabeça fria e coração tranquilo.
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Outro aspecto importante na vida desta criança é a família que cerca este casal. A vida pode começar na mãe e no pai, porém ela continua muito além dos personagens principais. Aqui incluem-se irmãos, avós, bisavós, tios, primos e tantos outros. Quando o casal já tem filhos, é interessante ser coerente e seguir uma postura semelhante, ajustando o manejo de acordo com a idade da criança.
Gostaria de ressaltar o papel dos avós. Esses personagens de extrema valia podem trazer alegria e leveza por não terem tanta responsabilidade no estabelecimento de regras quanto os pais, além da experiência de já ter passado por este papel. Porém, aqui deve-se ter o cuidado de não tirar a autoridade dos pais ou criar uma cultura
paralela que pode confundir a criança. Pais deveriam ser pais. Avós deveriam ser avós.
Como em toda boa equipe, nesta equipe familiar também deve haver um capitão ou uma comissão técnica que comanda e rege o funcionamento visando o bem-estar da criança. Ser o capitão desta equipe envolve superar conflitos pessoais, orgulho ou crenças distorcidas e colocar o que é melhor para a criança em primeiro plano. Ter autoridade sem ser intransigente, refletir e discutir sobre as condutas tomadas e saber pedir ajuda quando necessário são características muito bem-vindas neste líder. Recomenda-se que a criança e demais membros da família saibam quem é ele.
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Centralização e egoísmo não combinam com uma bom trabalho em equipe. As crianças precisam muito dos pais. Mas não só deles. Elas precisam da equipe inteira. Quanto mais harmoniosos e organizados forem os esforços e os cuidados com as crianças, melhor para elas. E para os pais também.