Funcionários do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, protestaram na manhã de hoje (16) por mais mais segurança aos trabalhadores. A principal reivindicação do grupo é a liberação do estacionamento privado do aeroporto para uso dos funcionários.
O ato, no saguão do Terminal 1, foi motivado pelo assassinato de Mineia Sant Anna Machado, funcionária terceirizada da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Ela foi abordada por dois homens quando saía do trabalho, às 2h da última sexta-feira, 10. A dupla foi detida dois dias depois e confessou ter matado Mineia para roubar o carro dela, um Fiat Uno bordô ano 1996. O corpo da vítima foi encontrado na segunda-feira em Montenegro, município da região metropolitana de Porto Alegre.
Os funcionários do aeroporto afirmam que o fato de Mineia estacionar longe do terminal facilitou a ação dos criminosos. O carro dela estava em via pública, longe do local de trabalho, e a funcionária precisou caminhar até o veículo durante a madrugada. O estacionamento privado custa cerca de R$ 170 por mês, o que, segundo os manifestantes, inviabiliza a utilização do espaço pelos trabalhadores. Eles dizem que o edifício-garagem anexo ao Terminal 1 está subutilizado.
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“Nosso gerente operacional disse que a Infraero estava de luto. Esperamos que esse luto sirva para alguma coisa e que eles tomem alguma atitude, porque desde que isso aconteceu, a gente não viu nenhuma movimentação de mudança”, afirmou Maria Angélica Vasconcelos, funcionária terceirizada do aeroporto e colega de Mineia. “[Isso] aconteceu com ela. Pode acontecer comigo ou com qualquer um de nós. Estamos aqui porque a gente não quer que isso se repita, mas precisamos de uma medida imediata”, completou.
O diretor do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Celso André Klafke, ressaltou que as questões da falta de segurança e das vagas de estacionamento para trabalhadores de aeroportos são pautas antigas e nacionais da classe. “Uma estrutura como um aeroporto internacional tem que ter estacionamentos subsidiados para os trabalhadores, para que o preço fique mais acessível aos baixos salários que eles recebem. Além disso, a segurança também é precária. O posto da Brigada Militar aqui no terminal foi fechado por questão de economia, por ordem do governo do estado.”
O capitão do 10º Batalhão da Brigada Militar, Fábio Kuhn, estava no Salgado Filho no momento dos protestos. Na avaliação dele, o assassinato da funcionária Mineia foi um caso isolado. “Não temos notícia, nos últimos anos, de nada parecido com isso na região. O aeroporto está no nosso roteiro de trabalho, mas infelizmente nós não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo”, ressaltou. Segundo o capitão, a brigada tem apenas uma viatura para patrulhar os arredores do terminal.
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A assessoria de imprensa da Infraero no Aeroporto Internacional Salgado Filho afirmou que, por enquanto, a estatal não vai se pronunciar sobre o assunto.