Estudantes, professores e trabalhadores técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior protocolaram nesta terça-feira, 7, no Ministério da Educação (MEC) um manifesto contra os cortes no orçamento e por mais investimentos na educação pública. Eles alegam que o corte de R$ 9,4 bilhões do setor comprometeu as condições de trabalho e de estudos, além de inviabilizar atividades de ensino, pesquisa e extensão nas universidades.
Nesta manhã, cerca de 4 mil estudantes e trabalhadores em educação, segundo dados das respectivas entidades, realizaram a Caravana Nacional em Defesa da Educação Pública que caminhou pela Esplanada dos Ministérios até o MEC. Eles esperavam ser recebidos pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, mas acabaram tendo que protocolar o documento. Desde o dia 28 de maio, os professores e técnicos estão em greve. A paralisação atinge 65 instituições federais no caso dos técnicos e 32 no caso dos professores.
“A situação está insustentável dentro das universidades públicas, não há recurso para nada, os cortes foram muito profundos e a nossa luta é para reverter esses cortes”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Paulo Rizzo. “O governo adotou o ajuste fiscal como uma política, como se essa fosse a única fórmula para resolver o problema da crise”, diz Rizzo, que defende que há outros caminhos para resolver a situação econômica atual.
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“Não dá para aceitar uma lógica de corte de orçamento de precarização do funcionamento, demissão de terceirizados, isso é uma situação de desmonte das universidades e também reflete nas situações de trabalho, na questão de não negociar a carreira, o salário dos professores e dos técnico-adminsitrativos. Não dá para fazer expansão sem recursos que a sustentem, não dá para fazer um ensino de qualidade se não tiver assistência estudantil para manter os estudantes nas instituições”, complementa o coordenador da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), Rogério Marzola.
O manifesto diz que os cortes agravaram a situação das obras inacabadas, laboratórios mal equipados e a falta de docentes e técnico-admisnitrativos. Diz ainda que houve cortes na assistência estudantil, “fundamental para a permanência de estudantes socialmente fragilizados”.
À tarde, a marcha dirigiu-se ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), onde os trabalhadores em educação aguardam, com outros servidores públicos o resultado das negociações de reajuste salarial com o governo. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federa, são cerca de 700 trabalhadores. O reajuste deve ser definido até agosto, quando o governo enviará ao Congresso Nacional projetos de lei prevendo os gastos.
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No chão, em frente ao ministério, os trabalhadores dispuseram vários cartazes pedindo melhores condições de trabalho nas várias categorias. Eles também protestam contra o o PL 4330/2004, projeto que trata de regras para a terceirização de trabalhadores, aprovado em Plenário na Câmara dos Deputados e que aguarda apreciação do Senado.
Além dos professores e técnicos estão em greve os servidores do Judiciário Federal e os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram nesta terça-feira, 7,em greve por tempo indeterminado.
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