Os funcionários do transporte coletivo urbano em Santa Cruz do Sul decidem em assembleia na noite de hoje se paralisam ou não as atividades. O estado de greve em protesto à falta de reajuste salarial foi decretado na última quinta-feira.
A categoria aguarda o aumento desde 1º de junho, que é a data-base. O acordo firmado com as concessionárias Stadtbus e TC Catedral prevê uma reposição de 9,83%, mas o índice ainda não foi repassado aos trabalhadores. As empresas alegam que isso depende de uma revisão no preço da passagem, já que o valor atual, em vigor desde agosto do ano passado, estaria defasado.
Há duas semanas, o Conselho Municipal de Trânsito aprovou uma proposta da Prefeitura que previa um aumento dos atuais R$ 2,80 para R$ 3,10. Até agora, no entanto, o prefeito Telmo Kirst (PP) não assinou decreto para fixar o novo preço.
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Na assembleia de quinta-feira, a categoria decidiu dar prazo até ontem para que a Prefeitura e as concessionárias se posicionassem sobre o assunto. Entretanto, de acordo com o presidente do Sindiurbanos, Adriano Sperb, nada aconteceu. “Se continuar assim, a tendência é que a greve seja deflagrada”, disse.
Caso o movimento se confirme, o serviço só deve ser afetado no início da semana que vem, já que a legislação exige uma antecedência mínima de 72 horas. Ainda conforme Sperb, caso isso venha a acontecer, o sindicato irá primeiro conversar com as empresas para garantir com que ao menos 30% do efetivo seja mantido em atividade – o que também é previsto em lei. Segundo o sindicalista, a falta de reajuste justifica a mobilização. “O operador também faz parte do serviço. Não adianta ter uma frota toda nova, com ar condicionado e outras coisas, e o funcionário estar insatisfeito”, observou.
A situação foi tema de reuniões durante o dia de ontem na Prefeitura. Procurado no fim da tarde, o secretário municipal de Tranportes e Serviços Públicos, Gerson Vargas, garantiu que o Palacinho irá se posicionar oficialmente nessa terça-feira. Sem antecipar nada, Vargas se disse confiante de que a greve será evitada. “Estamos trabalhando para que dê tudo certo, tanto para os funcionários quanto para os usuários do serviço”, afirmou. A expectativa, segundo fontes ligadas ao Executivo, é que o prefeito autorize um reajuste na tarifa – decisão que o governo pretendia empurrar para depois do período eleitoral.
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Também na semana passada o governo concluiu a licitação lançada para regularizar a situação do transporte urbano. Um consórcio formado pelas duas atuais prestadoras do serviço, que era o único concorrente, saiu vencedor. Com isso, a tarifa pode saltar para R$ 3,65 em 2017.