É difícil encontrar uma mulher que não tenha sofrido ou não sofra com os incômodos da famosa TPM. São sintomas que chegam normalmente, com mais gravidade, um pouco antes do período menstrual. Aquela vontade enlouquecida de comer doces, ou aquela dor de cabeça chata ou aquele mau humor difícil de aguentar. E a tal da cólica? Sobra até para os parceiros ou pessoas próximas que acabam participando, indiretamente, desses momentos de oscilações no humor – uma hora choro, outra hora sorrisos, logo em seguida irritação.
Segundo o Ministério da Saúde, 80% das brasileiras sofrem com a SPM (Síndrome Pré-Menstrual), mais conhecida como TPM. É um conjunto de sintomas, tanto físicos quanto emocionais e comportamentais, que podem acometer as mulheres entre a ovulação e o período menstrual. Isso pode ocorrer desde as primeiras menstruações, no período chamado de menarca. Contudo, é mais frequente em mulheres entre 30 e 40 anos.
No entanto, nem todas sentem os mesmos sintomas. “São muito variáveis, tudo depende da sensibilidade de cada uma e da genética. Já se sabe que mais de 150 sintomas físicos e emocionais podem acontecer em uma mesma pessoa ou ainda em um mesmo ciclo menstrual”, explica a ginecologista e obstetra, Juliana Fischborn.
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Há mulheres que sentem mais sintomas a nível emocional (ficam mais irritadas, deprimidas, ansiosas) e outras que sentem mais sintomas físicos (mamas doloridas, pernas doloridas, distensão abdominal, dor de cabeça, acne, entre outros). Ainda não há como saber o motivo de ocorrer em algumas mulheres e em outras não. “Existe uma gama de sintomas comuns às mulheres, mas não significa que determinada mulher terá aqueles sintomas. Nunca é igual para a mesma mulher, varia de um ciclo para o outro sempre, neste mês talvez tenha cólicas e dores na cabeça, no outro não”, comenta a endocrinologista, Anelise Londero.
A TPM pode ser diagnosticada?
Segundo a ginecologista Juliana, é possível diagnosticar a síndrome. É importante caracterizar a ausência de sintomas na fase folicular, do 5° ao 10° dia do ciclo, pois os sintomas geralmente aparecem em qualquer período após a ovulação, por volta do 13º dia, e os mais graves, normalmente, nos seis dias que antecedem a menstruação.
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Outro dado para elaboração do diagnóstico é a presença de pelo menos cinco sintomas em dois ciclos consecutivos, não havendo necessidade que um mesmo sintoma se repita. “Para uma avaliação rigorosa e tratamento eficaz é necessário que a paciente anote sobre seus sintomas em pelo menos dois ciclos consecutivos e classifique-os em leves, moderados ou graves.”
Dependendo da gravidade dos sintomas o médico pode prescrever alguns remédios que podem ser usados durante o ciclo menstrual ou de forma contínua, se necessário. “Um estilo de vida saudável e ativo pode ajudar a mitigar os sintomas. Além de analgésicos que podem minimizar desconfortos físicos como dor de cabeça e dores na mama”, complementa Anelise.
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Exercícios físicos ajudam na diminuição de sintomas de tensão e ansiedade, devido à liberação da endorfina e da serotonina, além de melhorar a circulação e combater retenção hídrica. Uma boa alimentação também é fundamental, pois os níveis de estrogênio e progesterona variam durante todo o ciclo. “Essa variação pode afetar os neurotransmissores que tem um papel importante na regulação do humor (serotonina). Com a baixa da serotonina, muitas mulheres sentem aquela vontade de comer doce, fast food e comidas mais gordurosas”, alerta a endocrinologista Anelise.
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Esses alimentos podem trazer uns poucos minutos de prazer e saciedade durante a TPM, mas também causar outros problemas. “Devemos evitar esses alimentos com carboidrato simples, muito açúcar e sódio. Eles podem dar diversos problemas, como mais cansaço, retenção de água, entre outros”, enfatiza Anelise.
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Preconceito e TPM
A maioria das mulheres que têm sintomas de TPM não procuram ajuda médica. Em primeiro lugar, muitas acreditam que os sintomas são normais, e ainda existe o preconceito. “As brincadeiras em torno do tema e o fato de maridos, namorados, irmãos ou outros parentes acharem que TPM é frescura também não ajuda”, fala Juliana.
Segundo ela, a avaliação médica pode ajudar também a descartar a presença de doenças com sintomas parecidos, como a endometriose, a doença inflamatória pélvica e o estreitamento do canal cervical.
Colaborou Bianca da Silva
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