O primeiro ano de pandemia do coronavírus registrou um crescimento no número de mortes no Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, de março de 2020 a fevereiro de 2021 o Estado teve um aumento de 21,7% nos óbitos e 17.317 mortes a mais em relação à média histórica.
Em Santa Cruz do Sul, houve um aumento de 43% nos falecimentos entre janeiro e 17 de março de 2021, comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2019 foram 196 mortes de janeiro a 17 de março; em 2020 foram 191 e, neste ano, o número saltou para 275.
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O Rio Grande do Sul encerrou o ano com 87.523 mortes, número recorde desde o início da série histórica Estatísticas do Registro Civil, em 2003. O presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen-RS), Sidnei Hofer Birmann, em entrevista à Rádio Gazeta na manhã dessa quinta-feira, 18, disse que a base de dados é abastecida em tempo real pelos registros de nascimentos, casamentos e óbitos dos Cartórios de Registro Civil em todo o País, cruzados com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Os Cartórios de Registro Civil gaúchos têm um papel fundamental durante a pandemia, disponibilizando informações e dados estatísticos sobre os registros de óbitos, o que reforça o nosso compromisso de transparência com a sociedade”, salientou Birmann. O presidente da Arpen-RS salientou que os dados coletados no período da pandemia apontam para um número impressionante de mortes em todo o Brasil, e no Rio Grande do Sul não foi diferente.
Na avaliação de Birmann, essa mudança foi significativa e está relacionada diretamente ao impacto da Covid-19. “Esses dados refletem a realidade, porque são registros feitos em cartórios baseados na declaração que os médicos encaminham. Eles são baseados em informações verdadeiras”, enfatizou.
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Apesar de haver uma maioria de óbitos por outras causas, o aumento registrado é consequência da pandemia do novo coronavírus. “Se a gente excluir os registros de Covid, os dados ficam parecidos com os de anos anteriores”, observou o presidente.
Se os números de 2020 assustam, de acordo com Birmann, neste ano o panorama poderá ser consideravelmente superior. Fevereiro foi o mês com índices mais elevados, um total de 8.234 óbitos registrados pelos cartórios, 2.536 a mais do que a média para o mesmo período. O número foi 30,8% maior do que a média histórica. “Houve dificuldade para registrar os óbitos, em Porto Alegre houve filas, o que é uma coisa inédita nos Cartórios de Registro Civil. Acredito que neste mês de março vai ser tanto quanto, ou até pior.”
*Colaborou a jornalista Maria Regina Eichenberg.
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O número de óbitos registrados em cartórios do Rio Grande do Sul de março de 2020 a fevereiro de 2021 foi de 96.987. É um total de 17.315 mortes a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 21,7% nos óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,6%, totalizando 20,1 pontos percentuais a mais. Na comparação com o ano anterior ao da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 7,8% no número de falecimentos.
Já o Brasil fechou o ano de pandemia com um total de quase 1,5 milhão de mortos, um recorde desde o início da série histórica. No País, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.497.356 mortes – 353.900 a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, isso significa um crescimento de 30,9% nos óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%; ou seja, 29,2 pontos percentuais a mais. Na comparação com o ano anterior à pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,5% nos falecimentos.
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No Portal da Transparência do Registro Civil, é possível obter dados detalhados dos óbitos em cada região. Eles levam em conta mortes causadas por síndrome respiratória aguda grave (Srag), pneumonia, insuficiência respiratória, septicemia (sepse ou choque séptico), mortes por causa indeterminada (causas não conclusivas), acidente vascular cerebral (AVC), infarto, causas cardiovasculares inespecíficas, Covid-19 e demais óbitos (todos os outros tipos não listados anteriormente, como acidentes de trânsito).
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