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Todo mundo quer, mas…

Entre tantos convites para eventos, em especial do agronegócio, onde atuo elaborando anuários brasileiros pela nossa Editora Gazeta, eis que surge mais um, um tanto inusitado, embora já nem tanto, pois mais se debate a respeito: um Congresso Internacional da Felicidade, em uma das capitais sulinas, a bonita, mas que sempre me parece meio sisuda, Curitiba. Convida-se para momentos de “sabedoria, reflexão e paz interior”, com especialistas nesse sentimento e propósito que todos querem alcançar, mas parece tão difícil chegar lá.

Sempre acompanho o que se diz a respeito e procuro viver o mais próximo possível do que a vida ensina ser o mais apropriado para tanto, com resultados bastante satisfatórios. Por isso mesmo, ouso compartilhar alguns pensamentos e práticas que julgo interessantes para serem avaliados na vida de cada um, com boas probabilidades de serem úteis nesse empenho incessante, mas tão cheio de obstáculos, diante de nossas carências e defeitos, diante de um mundo cada vez mais exigente.

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No ano em que celebramos a imigração alemã em nosso Estado e na nossa região, que tiveram essa colonização há respectivos 200 e 175 anos, sempre é bom lembrar expressões de sua cultura, na qual os ditados populares estão tão presentes. Entre esses ditos, há um que afirma: “Glück liegt nicht in den Dingen, sondern im menschlichen Herzen”, ou “a felicidade não está nas coisas, mas no coração humano”. Lembra bem o que, no campo espiritual/religioso, nos é ensinado: os bens materiais são passageiros, busque os bens que duram e trazem realmente a felicidade.

Assim, diante do que se observa, onde todos estão sempre em busca da felicidade, com muita pressa, frenéticos, impacientes, ansiosos, mas poucos a encontram de verdade, é bom pisar no freio, parar para pensar e ver o que mais importa. Nesse sentido, deparo com valiosos ensinamentos que nos convidam à “sabedoria” de “saber parar”, de encontrar tempo e deter-se para ouvir de fato o (a) companheiro/a e o filho (a) que está ao lado, dos pais ou avós às vezes esquecidos, de abraçar um amigo, de olhar uma flor e toda beleza que a natureza nos oferece, de “redescobrir o grande valor de orar”, como nos propõe o carismático Papa Francisco.

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Assim também, nesta caminhada da felicidade, cada um é convidado a saber perdoar, ser gentil, cultivar a bondade, agradecer sempre, pelo simples prazer de viver e pela vida que transborda ao nosso redor. Na mesma direção, surge outro lembrete: “O coração humano e solidário não quer ser feliz sozinho, mas luta pela felicidade de todos os irmãos”, com exemplos tão bonitos expressos nas horas difíceis das inundações, mas que precisam nos inundar sempre. E, para tanto, outro ditado alemão nos auxilia: “Glück ist das Einzige das sich verdoppelt wenn man es teilt” – “A felicidade é a única coisa que dobra quando você compartilha”.

A relevância de não só olhar para si e os interesses próprios faz recordar também de viagem feita em grupo, justamente à Alemanha, quando um dos componentes se esqueceu da mulher em ponto de compras, para acompanhar os outros em visita turística, foi cobrado e respondeu: “É que eu quero ser feliz!”. Ao que precisou ser lembrado de que, para tanto, não pode deixar de lado quem justamente está sempre ao seu lado, por onde começa a preocupação com os outros, para juntos sermos mais felizes.

Que possamos evoluir mais nesse sentido, sem precisar ir a congresso para tanto, mas parando um pouco para pensar mais sobre isso, e, mais conscientes do que faz diferença, agir para que assim aconteça.

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Bruno da Silveira Bica

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