Faltando exatamente um mês para o início da 7ª Conferência das Partes (COP 7), que reunirá, na Índia, representantes de todos os países que aderiram à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, líderes do setor e das principais regiões produtoras finalizam hoje os preparativos para compromissos estratégicos marcados para o início da semana, em Brasília. A ideia é atuar em bloco para garantir participação na COP 7 e, assim, defender a cadeia produtiva diante dos antitabagistas. Há duas décadas o Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de tabaco.
Na segunda-feira, a Comissão para Implantação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq) promove um seminário para que as organizações ligadas ao tema façam suas considerações e contribuam na definição da postura que será adotada pelo Brasil na COP 7. O evento é um dos últimos dos preparativos para a conferência que acontece entre 7 e 12 do mês que vem na Índia.
O presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, participará do seminário e adianta que pretende questionar a posição brasileira sobre temas de interesse do setor, especialmente com relação ao caso da intervenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) em questões de natureza comercial. O tabaco, assim como outros produtos exportados pelo País, faz parte de acordos internacionais junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). A OMS, no entanto, quer retirar o tabaco desses acordos, o que atingiria em cheio as exportações. Cerca de 85% de todo o tabaco produzido no Brasil é comercializado para outros países. “O Brasil é protagonista na Convenção-Quadro e nos preocupa a falta de clareza sobre os assuntos que serão discutidos. Precisamos esclarecer qual será a posição do governo brasileiro sobre este e outros assuntos durante a conferência para que a cadeia produtiva não seja prejudicada”, resume Iro Schünke.
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O presidente da Afubra, Benício Werner, também vai a Brasília no início da semana. Ele pretende cobrar mais transparência. “Tentaremos evitar que haja restrições à participação do setor e até mesmo da imprensa na COP 7. Precisamos ter acesso ao que estiver acontecendo lá, inclusive aos membros da delegação brasileira. Afinal, nada do que será tratado lá é ou pode ser visto como um segredo”, argumenta o dirigente.
Setor tem audiência com o ministro da Saúde na terça
Após o seminário promovido pela Conicq, dirigentes do setor e representantes da região produtora ficam em Brasília para, na tarde de terça-feira, participarem de audiência com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. O encontro foi intermediado pela senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS). Três meses atrás o ministro chegou a sugerir, em reunião fechada, que o Brasil deveria discutir o fim da produção de tabaco.
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A presidente interina da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco) e prefeita de Vera Cruz, Rosane Petry, adiantou ontem que na reunião será entregue um convite para que Barros visite a região, a exemplo do que fez o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Ele precisa conhecer nossa realidade”, defende. O presidente da Afubra adianta que irá reforçar com o ministro a necessidade de a discussão sobre a COP 7 ser ampla e transparente, aceitando opiniões de todos os lados envolvidos.
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