Dois dias após parte de um paredão rochoso se desprender dos cânions do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), matando dez pessoas e ferindo ao menos 24 turistas que visitavam o local a bordo de embarcações, o governador Romeu Zema anunciou nessa segunda-feira, 10, que toda a região passará a ser analisada por geólogos e outros especialistas que possam identificar riscos de novos desmoronamentos. “Queremos que a região continue atraindo turistas. Por isso, a partir de agora, teremos um cuidado adicional”, declarou Zema a jornalistas, ao visitar Capitólio.
Perguntado se as mortes poderiam ter sido evitadas, o governador disse não ser possível assegurar que nenhuma pedra role das muitas montanhas existentes no país. E mencionou o que classificou como ineditismo da tragédia para explicar porque um lugar que atrai tantas pessoas não conta com uma avaliação de risco geológico a fim de prevenir tragédias.
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“Quem mora ou tem avô, bisavô, que já vivia ali, sabe que aquela estrutura nunca foi acometida por fato semelhante a este”, acrescentou Zema, destacando que a Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias do acidente, que classificou como uma “fatalidade”.
“O que aconteceu ali é algo inédito. E quando cai um raio? Quem é o responsável? É o prefeito?”, questionou o governador, destacando que as dez vítimas mortas no acidente foram identificadas por peritos da Polícia Civil.
Chuvas
Zema também comentou a difícil situação que a população e as autoridades estaduais enfrentam devido às fortes chuvas que atingem Minas Gerais. “Em todo o estado, estamos trabalhado para dar ajuda humanitária àquelas pessoas atingidas pelas enchentes e que estão precisando do Estado. Elas são, no momento, a nossa prioridade. Pessoas que perderam suas casas e para quem estamos dando abrigo e alimentação até que as águas baixem”, garantiu o governador, assegurando que todas as barragens existentes no estado estão sendo monitoradas.
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Desde o início da atual estação chuvosa – que este ano começou em outubro, um mês antes do habitual – ao menos nove pessoas já perderam a vida devido às chuvas e suas consequências. Neste número não estão incluídas as dez mortes causadas pelo desprendimento do bloco de pedras no Lago de Furnas, já que o ocorrido ainda está sendo apurado – ainda que autoridades estaduais já tenham antecipado que parte do paredão rochoso pode ter ruído por efeito da ação das águas.
Até esta segunda-feira, prefeituras de 145 das 853 cidades mineiras já tinham decretado situação de emergência. Segundo a Defesa Civil estadual, desde 1º de outubro, 13.734 pessoas foram desalojadas pelas consequências das chuvas, em todo o estado, e tiveram que ser acolhidas na casa de parentes, amigos, vizinhos ou em hospedagens particulares. Outras 3.409 pessoas ficaram desabrigadas, tendo que, em algum momento, ir para abrigos públicos.
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Conforme a Agência Brasil noticiou na última sexta-feira, 7, faltando quase três meses para o fim do atual período chuvoso no estado, o número de pessoas desabrigadas já é mais de duas vezes superior ao total de 1.608 desabrigados registrado em Minas Gerais entre novembro de 2020 e março de 2021. O número de cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública na atual temporada também é mais que o dobro do resultado (58) anterior.
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