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Brasília

Tia Eron aparece no Conselho de Ética e diz que vai votar com a consciência

Considerado o voto que deve decidir o destino de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada Tia Eron (PRB-BA) disse que irá “votar com sua consciência”. O discurso da deputada foi um dos mais aguardados do conselho, uma vez que o voto dela pode definir pela rejeição ou não do parecer, de acordo com declarações des participantes do conselho.

No discurso, Tia Eron afirmou que está sendo cobrada a resolver o que os “homens” não conseguiram fazer ao longo dos oito meses do processo contra Cunha. “Faz nove meses esse processo. Vocês, como homens, não entendem o que é dar à luz. Por isso, chamam: ‘Cadê Tia Eron para resolver o problema que os homens aqui não foram capazes de resolver’”. Ela não revelou se votará pela absolvição ou cassação de Cunha.

A deputada também rebateu as críticas de que teria sido “abduzida” por não comparecer à última reunião do conselho. Na última semana, ela não participou da reunião que tentou votar o parecer pela cassação. “Aqui [no conselho] eu fui tão citada, convocada, tripudiada, requisitada e aqui estou. Como sempre, me comprometi com o Brasil, desde o dia em que cheguei nesse conselho”, disse.

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A contabilidade de parlamentares indica que o placar no Conselho de Ética está apertado. De acordo com as expectativas, Cunha tem dez votos a favor e nove contra. Eron pode engrossar o apoio ao peemedebista ou empatar o placar, passando para o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), favorável ao afastamento, a decisão final.

Tia Eron foi a sétima parlamentar a discursar. Os deputados que a antecederam pediram a cassação de Cunha. Antes da votação, o presidente do conselho anunciou o recebimento de um documento do Banco Central informando que a instituição decidiu multar Eduardo Cunha em R$ 1 milhão e sua mulher, Cláudia Cruz, em R$ 130 mil. Eles foram multados por não terem declarado contas mantidas em outros países.

Alguns parlamentares chegaram a defender a inclusão do documento, mas o relator do processo, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), rejeitou o pedido com o argumento de que não caberia o ajuntamento de novas provas após o término da fase de instrução do processo, conforme aponta o Regimento Interno da Câmara.

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“Devolvo os documentos e não constarão do processo pelos óbices intransponíveis. Fatos que são das circunstâncias do processo não deixam de ser conhecidos, e o convencimento se forma de acordo com os autos e os acontecimentos”, concluiu o relator.

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