Em algum momento, todos nós já ouvimos: não quer ter incomodação, então não tenha nada. Se tiver, mais cedo ou mais tarde, estará sujeito a ser contestado. Porque terá que tomar decisões, fazer escolhas, que podem agradar a uns e desagradar a outros.
Seguindo a mesma lógica, equivaleria a dizer que é bem mais confortável acomodar-se no restrito universo particular do que empenhar-se por uma causa, tomar iniciativas, ousar pensar e agir para além do seu casulo.
O que seria da sociedade se todos renunciassem à sua capacidade empreendedora, seja qual for a área? Se aprisionassem seus talentos para não submetê-los a risco de qualquer natureza? Ou se todos fechássemos os olhos para as injustiças, as desigualdades, para os desamparados, para a necessidade de evolução, inerente à nossa condição humana?
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Não seríamos uma sociedade e por certo nos encaminharíamos para a aniquilação coletiva. Enquanto ainda há tempo, sugiro que tentemos nos identificar neste contexto. O que gostaria que sobrevivesse a você quando se for, além de algum ou muitos bens que conquistou? Um legado, para ser mais objetivo, porque é isso que vai restar de nós.
O legado pode ser a família que construímos, os valores que defendemos e praticamos. Quem sabe a forma como influenciamos e inspiramos a vida de pessoas, a capacidade e dedicação que empenhamos em cada atitude. Pode ser o talento que colocamos a serviço da coletividade, as escolhas que fizemos, o comprometimento com a comunidade, tantas coisas!
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Sem risco de exagerar, acho que somos uma comunidade privilegiada que nasceu, cresceu e, por não se resignar com limitações, perdas e fracassos e por não temer desafios, se habilita ao infinito.
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Temos tantos exemplos de iniciativa e atitude pessoal, associativa, corporativa, empresarial que fundamentam esta impressão. A mobilização em defesa do nosso Cinturão Verde, por exemplo. Um patrimônio natural que herdamos, que nem soubemos – ou alguns sabiam e não quiseram – cuidar tão bem, mas que ainda nos abraça. E sobrevive. E nos encanta.
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Por quê? Porque há pessoas que não se omitem, não se escondem e que se importam e colocam seu conhecimento a serviço de uma causa comunitária (não vou citar nomes para não cometer injustiças). Mas são essas pessoas iluminadas, que não temem confrontar outros interesses, que se preocupam com o legado pessoal e comunitário que pretendem deixar que, espero, o futuro haverá de reverenciar.
Tenho convicção de que todo o bem que fazemos, de alguma forma, a vida nos retribui. Seja pelo reconhecimento – e só isso já seria o suficiente – seja por gratidão ou por motivação para retroalimentar uma trajetória a favor do bem.
Para não esquecer: legado é o que a gente faz, não o que se deixa de fazer. São as escolhas, não as omissões.
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